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O objetivo deste artigo é contribuir para uma rediscussão da relação entre significados e sentidos do trabalho. Argumenta-se que estudos voltados para esta temática ora se detêm na questão do significado como produção coletiva, ora no sentido como produção individual. As duas posições apresentam limites por não considerarem as vias de mediação entre sentido e significado. No esforço de contribuir para a discussão desses limites, propõe-se o reposicionamento das interações entre sentido e significado. Para isso, situam-se os estudos sobre sentido na tradição filosófica, sociológica e psicológica, destacando-se em particular as contribuições da fenomenologia e da sociologia compreensiva, e mais recentemente, das teorias da atividade. O conceito de função psicológica do trabalho das teorias da atividade é proposto como alternativa para se repensar as articulações entre sentido e significado do trabalho, compondo uma tríade. Finaliza-se o artigo discorrendo-se sobre alguns desafios metodológicos a serem superados na investigação dessa tríade.

Pedro F. Bendassolli, UFRN (Brasil)

Professor de Psicologia Organizacional e do Trabalho
Departamento de Psicologia
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sonia Maria Guedes Gondim, UFBA (Brasil)

Professora de Psicologia Organizacional e do Trabalho
Instituto de Psicologia
Universidade Federal da Bahia - UFBA
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