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O fenômeno do impostor (FI) é uma experiência psicológica em que indivíduos, apesar de alcançarem sucesso profissional ou acadêmico, sentem-se inadequados e temem ser descobertos como fraude. Essa experiência está associada a diversos problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e burnout, e comportamentos desadaptativos, como dificuldade em delegar tarefas e autossabotagem. Apesar disso, são escassos os instrumentos desenvolvidos para avaliar o fenômeno. Neste estudo, procurou-se ampliar as evidências de validade da Escala Clance do Fenômeno do Impostor (ECFI) no contexto brasileiro, examinando sua estrutura interna, confiabilidade e relação com variáveis externas. Para isso, contou-se com a participação de 620 indivíduos de diversas identidades de gênero e regiões do Brasil. Os resultados da análise fatorial confirmatória revelaram uma estrutura unidimensional da ECFI, com cargas fatoriais adequadas e alta consistência interna. Os resultados apontam para uma relação negativa entre os escores de FI e os escores de autoestima e bem-estar. Por sua vez, houve correlação positiva entre FI e ansiedade, depressão e estresse. Além disso, diferenças significativas na experiência do FI foram encontradas entre as identidades de gênero. Esses achados corroboram pesquisas anteriores, destacando a importância do FI como construto relevante para a saúde mental e para a autoavaliação do desempenho profissional. A ECFI mostrou-se uma medida válida e confiável para avaliar o fenômeno no contexto brasileiro, fornecendo insights importantes para intervenções e políticas voltadas ao enfrentamento do FI e à promoção do bem-estar em adultos brasileiros.

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