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Neste artigo defendo a ideia de que o que nós somos como agentes morais e cidadãos é em parte produto do ambiente social e político no que crescemos. A comunidade política desempenha um papel preponderante no desenvolvimento de nossa agência moral e política. Assim, não é possível explicar o carácter moral de um indivíduo em forma separada do contexto social e político no qual dito carácter se desenvolve. Quando as pessoas vivem em regimes democráticos inclusivos, elas estão melhor equipadas para respeitar, em condições de igualdade, seu valor como pessoas e cidadãos. Em regimes opressivos, as pessoas são mais propensas a desenvolver formas defeituosas para tratar-se a si mesmos e aos demais. Neste artigo discuto duas complexas e importantes noções; o perdão e a reconciliação política. As duas noções aparecem em trabalhos teóricos, assim como em casos de estudo acerca de processos de paz e democracias transicionais. Defendo a ideia de que o perdão e a reconciliação política são duas ações restaurativas para enfrentar o passado e romper a traumática memória que podem causar as ofensas de tipo individual ou político. A reconciliação política difere do perdão em que o primeiro é uma política pública que envolve a toda a comunidade, enquanto que o perdão é uma medida restaurativa de carácter privado e que ocorre entre o ofensor e o ofendido. Arguo que em um regime democrático inclusivo e igualitário o perdão e a reconciliação devem de respeitar o igual valor e dignidade dos seres humanos. Tanto o perdão quanto a reconciliação política se assemelham em que ambas as medidas requerem avaliar o passado, bem que dita reflexão implique uma ofensa pessoal ou a história de injustiça de uma comunidade política. esta avaliação do passado, primeiro, garante o reconhecimento moral ou político da ofensa; segundo, possibilita restaurar e honrar às vítimas e, finalmente, facilita a transformação pessoal e política das pessoas. 

Gamboa-Tapias, C. (2010). Perdão e reconciliação política: duas medidas restaurativas para enfrentar o passado. Revista Estudios Socio-Jurídicos, 6(1), 81–110. Recuperado de https://revistas.urosario.edu.co/index.php/sociojuridicos/article/view/278

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