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O estudo aqui apresentado objetivou acompanhar o processo de apoio matricial em saúde mental em uma equipe de saúde da família no município de Porto Alegre com a finalidade de analisar e produzir conhecimento acerca deste dispositivo de cuidado. O Ministério da Saúde brasileiro aponta o apoio matricial como estratégia de mudança nos modos de gerir e cuidar em saúde, constituindo estratégia potente para a articulação das ações de saúde mental na atenção primária. A pesquisa utilizou-se do método cartográfico com a realização de três rodas de conversa e acompanhamento das reuniões entre equipe apoiadora e equipe de saúde da família durante oito meses. Analisaram-se os materiais registrados nos diários de campo, atas das reuniões de equipe e relatos das discussões de caso. O apoio matricial mostrou-se como importante estratégia de interferência nos processos de trabalho, construído na singularidade dos encontros e nas descontinuida- des do processo. Em alguns períodos, houve maior envolvimento das equipes nos espaços de discussão e gestão do cuidado, com reverberação do fazer junto através da realização de interconsultas e visitas na rede intersetorial. Em outros momentos, permeado pelas fragilizações institucionais, este dispositivo foi importante para apoiar as/os trabalhadoras/es. Nesta experiência, o apoio matricial possibilitou ampliar o olhar e as ações de cuidados em saúde mental na atenção primária por meio da produção de saberes e práticas em ato.




Liana Cristina Dalla Vecchia Pereira, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutoranda do Programa Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH) da Universidade Federal de Santa Catarina. Psicóloga, especialista em saúde da família e comunidade (residência integrada em saúde - Grupo Hospitalar Conceição) e em saúde mental coletiva (Universidade Rovira i Virgili). Mestre em saúde pública pelo programa Erasmus Mundus (Europubhealth) pela Universidade de Copenhagen e Universidade de Granada.

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