Conteúdo do artigo principal

Autores

O progresso tecnológico modificou as formas de interação entre os indivíduos. A psicanálise, enquanto método de investigação de processos mentais, resguarda pressupostos teóricos e técnicos, ao mesmo tempo que considera as mudanças sociais de cada época. O presente estudo visa investigar como as tecnologias de informação e comunicação são percebidas e utilizadas, por psicanalistas e pacientes, no contexto da clínica psicanalítica, bem como suas implicações na relação transferencial entre a díade. A pesquisa foi realizada com a utilização do método clínico-qualitativo. Participaram oito psicanalistas, os quais foram entrevistados a partir de um roteiro com questões disparadoras. Os dados foram examinados a partir da técnica de análise de conteúdo. Os resultados apontaram que as tecnologias invadiram os consultórios. Os profissionais entrevistados manifestaram resistências frente aos novos dispositivos no exercício da clínica psicanalítica e ressaltaram diferenças entre contatos presenciais e virtuais, considerando a relação transferencial entre a díade. Finalmente, verificou-se uma certa flexibilização no uso de tecnologias de informação e comunicação com os pacientes em situações emergenciais.

Felipe de Souza Barbeiro, Universidade Estadual de Londrina

Mestre em Psicologia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) - Brasil

Maria Elizabeth Barreto Tavares dos Reis, Universidade Estadual de Londrina

Docente do departamento de Psicologia e Psicanálise da Universidade Estadual de Londrina.

de Souza Barbeiro, F., & Reis, M. E. B. T. dos. (2022). As tecnologias de informação e comunicação no contexto da clínica psicanalítica: desafios. Avances En Psicología Latinoamericana , 40(3). https://doi.org/10.12804/revistas.urosario.edu.co/apl/a.9121

Alves, P. P., & Mancebo, D. (2006). Tecnologias e subjetividade na contemporaneidade. Estudos

de Psicologia, 11(1), 45-52. https://doi. org/10.1590/S1413-294X2006000100006

Barbeiro, F. S. (2020). A invasão das tecnologias na clínica psicanalítica: um novo setting? In M. B.

Sei & A. K. C. Nascimento (Orgs.), Intervenções psicológicas on-line: reflexões e retrato de ações

(pp. 136-148). Clínica Psicológica da UEL.

Barbosa, A. M. F. D. C., Furtado, A. M., Franco, A.L. D. M., Berino, C. G. D. S., Pereira, C. R.,

Arreguy, M. E., & Barros, M. J. D. (2013). As novas tecnologias de comunicação: questões

para a clínica psicanalítica. Cadernos de Psicanálise (Rio de Janeiro), 35(29), 59-75. http://

pepsic.bvsalud.org/pdf/cadpsi/v35n29/a04.pdf

Bardin, L. (2016). Análise de conteúdo. Edições 70. (Trabalho original publicado em 1977).

Chung, S. J., & Colarusso, C. (2012). The use of the computer and the Internet in child psychoanalysis.

The Psychoanalytic Study of the Child, 66(1), 197-223. https://doi.org/10.1080/00797308.2013.11800857

Conselho Federal de Psicologia. (2020, 14 de março). Coronavírus: comunicado à categoria. Conselho

Federal de Psicologia. https://site.cfp.org.br/coronavirus-comunicado-a-categoria/

Conselho Federal de Psicologia. (2018). Resolução n° 11, de 11 de maio de 2018. Regulamenta a

prestação de serviços psicológicos realizados por meios de tecnologias da informação e da comunicação

e revoga a Resolução CFP N.º 11/2012. CFP. http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2018/05/RESOLU%C3%87%C3%83O-N%C2%BA-11-DE-11-DE-MAIO-DE-2018.pdf

Conselho Nacional de Saúde. (2016). Resolução nº 510, de 7 de abril de 2016. Ética na pesquisa na

área de ciências humanas e sociais. Ministério da Saúde (CNS). http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2016/res0510_07_04_2016.html

Etchegoyen, R. H. (2004). Fundamentos da técnica psicanalítica (2a ed.). Artmed. (Trabalho original

publicado em 1989).

Feijó, L. P., Silva, N. B., & Benetti, S. P. D. C. (2018). Impacto das tecnologias de informação e comunicação

na técnica psicoterápica psicanalítica. Temas em Psicologia, 26(3), 1633-1647. http://www.scielo.

br/scielo.php?pid=S2358-18832018000301633&script=sci_abstract&tlng=es

Fragoso, S. (2012). Mediações espaciais da sociabilidade on-line. In I. L. Oliveira & M. Marchiori

(Orgs.), Redes sociais, comunicação, organizações (pp. 267-84). Difusão Editora.

Freud, S. (1996). Dois verbetes de enciclopédia. In J. Salomão (Trad.), Edição standard brasileira

das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 18., pp. 251-276). Imago. (Trabalho original publicado em 1923).

Freud, S. (1996). Duas histórias clínicas (o “Pequeno Hans” e o “Homem dos Ratos”). In J. Salomão

(Trad.), Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 10., pp. 13-136). Imago. (Trabalho original publicado em 1909).

Freud, S. (1996). O mal-estar na civilização. In J. Salomão (Trad.), Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 21., pp. 67-150). Imago. (Trabalho original publicado em 1930).

Freud, S. (1996). Recordar, repetir e elaborar (Novas recomendações sobre a técnica da psicanálise

II). In J. Salomão (Trad.), Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 12., pp. 161-174). Imago. (Trabalho original publicado em 1914).

Freud, S. (1996). Sobre a psicoterapia. In J. Salomão (Trad.), Edição standard brasileira das obras

psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 7., pp. 241-254). Imago. (Trabalho original publicado em 1905).

Freud, S. (1996). Sobre o início do tratamento (novas recomendações sobre a técnica da psicanálise I). In J. Salomão (Trad.), Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 12., pp. 137-160). Imago. (Trabalho original publicado em 1913).

Klein, M. (1994). Narrativa da análise de uma criança: o procedimento da psicanálise de crianças tal como observado no tratamento de um menino de dez anos. Imago.

Klein, M. (1996). A importância da formação de símbolos no desenvolvimento do ego. In R. Money-Kyrle (Ed.), Amor, culpa e reparação e outros trabalhos (1921-1945). Obras completas de Melanie Klein (Vol. 1) (pp. 301-329). Imago. (Trabalho original publicado em 1930).

Kowacs, C. (2014). Prática psicanalítica, tecnologia e hipermodernidade. Revista de Psicanálise da

sppa, 21(3), 629-643. http://www.revista.sppa.org.br/index.php/RPdaSPPA/article/view/135

Levisky, R. B., & Silva, M. C. R. (2010). A invasão das novas formas de comunicação no setting terapêutico. Vínculo-Revista do nesme, 7(1), 63-70. https://www.redalyc.org/html/1394/139418665008/

Lévy, P. (1996). O que é o virtual? Editora 34.

Lévy, P. (1999). Cibercultura (4a ed.). Editora 34.

Lingiardi, V. (2008). Playing with unreality: Transference and computer. The International Journal

of Psychoanalysis, 89(1), 111-126. https://doi.org/10.1111/j.1745-8315.2007.00014.x

Lisondo, A. B. D. (2012). As novas tecnologias que permitem a psicanálise a distância inovam a

tradição? Ou elas dificultam a compreensão das novas inovações teóricas e técnicas da psicanálise contemporânea? Federação Psicanalítica da América Latina. https://www.fepal.org/nuevo/images/602_Dorado%20de%20Lisondo.pdf

Luz, A. B. (2015). Oi. Q horas mesmo ficou nossasessão? tks :). Revista Brasileira de Psicanálise, 49(1), 165-175. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0486-641X2015000100011

Migone, P. (2013). Psychoanalysis on the Internet: A discussion of its theoretical implications

for both online and offline therapeutic technique. Psychoanalytic Psychology, 30(2), 281-299. https://doi.org/10.1037/a0031507

Montagna, P. (2015). Skype análise. Revista Brasileira de Psicanálise, 49(1), 121-135. http://pepsic.

bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X2015000100008

Nicolaci-da-Costa, A. M. (2002). Revoluções tecnológicas e transformações subjetivas. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 18(2), 193-202. https://doi.org/10.1590/S0102-37722002000200009

Nicolaci-da-Costa, A. M. (2003). Ciberespaço: nova realidade, novos perigos, novas formas

de defesa. Psicologia, Ciência e Profissão, 23(2), 66-75 https://doi.org/10.1590/S1414-98932003000200010

Nicolaci-da-Costa, A. M. (2004). Impactos psicológicos do uso de celulares: uma pesquisa exploratória com jovens brasileiros. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 20(2), 165-174. https://doi. org/10.1590/S0102-37722004000200009

Nobre, M. R., & Moreira, J. D. O. (2013). A fantasia no ciberespaço: a disponibilização de múltiplos

roteiros virtuais para a subjetividade. Ágora, 16(2), 283-298. https://doi.org/10.1590/S1516-14982013000200007

Nóbrega, S. B. (2015). Psicanálise on-line: finalmente saindo do armário? Estudos de Psicanálise, (44), 145-150. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S0100-34372015000200016&script=sci_abstract&tlng=en

Pieta, M. A. M., & Gomes, W. B. (2014). Psicoterapia pela Internet: viável ou inviável? Psicologia: Ciência e Profissão, 34(1), 18-31. https://doi.org/10.1590/S1414-98932014000100003

Racker, H. (1982). Estudos sobre a técnica psicanalítica (3a ed.). Artes Médicas.

Recuero, R. (2009). Redes sociais na internet. Sulina.

Santos, V. M., Cabestré, S. A., & Moraes, E. (2012). A comunicação na era das redes sociais - aproximações teóricas. In I. L. Oliveira & M. Marchiori (Orgs.), Redes sociais, comunicação, organizações (pp. 85-104). Difusão Editora.

Silva, M. (2000). Sala de aula interativa. Quartet.

Simon, R. (2015). A psicoterapia no século xxi: possibilidades, novas perspectivas, desafios. Mudanças-Psicologia da Saúde, 23(2), 69-74. https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/MUD/article/view/6696

Turato, E. R. (2010). Tratado da metodologia da pesquisa clínico-qualitativa – Construções teórico-epistemológica,

discussão comparada e aplicação nas áreas da saúde e humanas (4a ed.). Vozes.

Ventura, D. D. F. L., Aith, F. M. A., & Rached, D. H. (2020). A emergência do novo coronavírus e a “lei de quarentena” no Brasil. Revista Direito e Práxis, 12(1), 102-138. https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistaceaju/article/view/49180

Winnicott, D. W. (1979). The Piggle. Relato do tratamento psicanalítico de uma menina. Imago.

Winnicott, D. W. (2000). Aspectos clínicos e metapsicológicos da regressão dentro do setting psicanalítico.

In D. Bogomoletz (Trad.), Da pediatria à psicanálise: obras escolhidas (pp. 459-481). Imago. (Trabalho original publicado em 1954).

Zimerman, D. E. (2007). Fundamentos psicanalíticos: teoria, técnica e clínica: uma abordagem didática. Artmed. (Trabalho original publicado em 1999).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Artigos Semelhantes

<< < 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.