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O presente artigo pretende problematizar os efeitos do somatório entre as intensidades intersubjetivas e intrapsíquicas que podem causar danos à importante e necessária experiência de transição da infância para a etapa adulta. A partir de uma revisão narrativa da literatura, buscou-se material nos aportes psicanalíticos e sociológicos sobre cultura, sociedade e adolescência. Pode-se considerar que o adolescer constitui-se como uma importante passagem da condição infantil para a condição adulta que pode desencadear sofrimento e angústia ao adolescente. Frente às características da atualidade, destaca-se a relevância de se considerar os efeitos do campo intersubjetivo na vivência desta passagem. Os achados permitem indicar os efeitos danosos da interligação entre as intensidades intersubjetivas e condições intrapsíquicas quando nelas predomina a impossibilidade de metabolizar as intensidades das experiências do adolescer. Diante dessa precariedade de recursos psíquicos, o adolescente pode recorrer a modalidades de resposta como a passagem ao ato, denunciando a fratura na passagem de uma condição infantil para uma condição adulta.

Amanda Pacheco Machado, Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Psicóloga, mestre em Psicologia Clínica.

Mônica Medeiros Kother Macedo, Psicóloga, psicanalista, doutora em Psicologia Clínica, professora titular da pós-graduação e da faculdade de Psicologia da Pontífica Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS/1984), Mestrado em Educação (PUCRS/1998) e Doutorado em Psicologia (PUCRS/(2006)
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