O papel do Estado nos países andinos: ocaso ou transformação?

A juízo de muitos analistas, o Estado-nação -a pedra angular da organização política do mundo desde a subscrição do Tratado de Wesfalia, em 1648– está experimentando uma profunda crise. Nesta visão, o poder efetivo de dita entidade política está-se desbordando em três direções: para cima, pela globalização e a supranacionalização; horizontalmente, pelo desmonte do Estado de bem-estar, a privatização e a desregulação, e para baixo, pela descentralização e a devolução de autonomias às polis regionais e locais. A ação conjunta destas tendências estaria determinando o esvaziamento (hollowing out) do Estado-nação, na medida em que muitas de suas competências tradicionais estão-se transferindo para cima, às instituições internacionais e supranacionais; para os lados, ao mercado, às empresas privadas e as transnacionais. E para baixo, às entidades de ordem subnacional. Neste artigo analisaremos o impacto de tais tendências nos países andinos.