Drogas ilícitas: entre a securitização e a economização

O tema das drogas ilícitas se tem abordado desde a teoria das relações internacionais, principalmente a partir do neorrealismo devido a que por um lado, se tem constituído uma espécie de regime internacional, evidenciado em uma política mundial para combater as drogas ilícitas; e por outro, a que os Estados continuam a ser os principais atores no cenário internacional em quanto ao processo de tomada de decisões e execução da política antidrogas. Sob o influxo do neorrealismo, se lhe tem dado ao tema uma leitura que reflete a presença de uma política antidrogas proibicionista, a qual no caso das relações bilaterais como as colombo-estadunidenses, tem manifestado um alinhamento por parte do país andino à política norte-americana, a pesar de que existam outras instâncias, como a Organização das Nações Unidas, que igualmente lideram a luta contra as drogas. No entanto, quando surgem perguntas que buscam compreender porquê se continua a manter em um país como a Colômbia uma política antidrogas que tem demonstrado ser disfuncional e tem produzido problemas colaterais, e como esta situação se manifesta no âmbito internacional, cabe a possibilidade de sugerir que a forma como seria preferível (para além do neorrealismo) responder a essa pergunta é entendendo, a partir da securitização do tema, a natureza do processo de tomada de decisões que tem levado a cabo o Estado colombiano e, referindo-se ao cenário internacional, em que medida a teoria de jogos ajuda a entender o processo de concertação de uma política comum contra as drogas; especificamente no caso dos países andinos. Neste ensaio se dará conta da necessidade, surgida desde a academia, de lhe dar uma interpretação distinta e subgerente ao problema das drogas ilícitas na Colômbia a partir do reconhecimento da situação atual que apresenta a política antidrogas, a identificação de sua natureza e a dinâmica que gera em sua interação com os países andinos.