Peru - Partidos e outsiders. O processo eleitoral peruano de 2006

O processo eleitoral peruano do 2006 tem legitimado duas formas de fazer política: a política partidarizada que toma como base aos partidos mais antigos do sistema político (os mesmos que têm conseguido reposicionar-se depois da década fujimorista); e a política do outsider antipartidário que toma como base um discurso crítico da classe política e deixa em segundo plano a construção de uma proposta orgânica e institucional. A política partidarizada subsiste apesar da prédica antipolítica do regime fujimorista e do sistema partidário que colapsou nos noventa. Da mesma forma, a política do outsider permanece vigente apesar das reformas institucionais (Lei de Partidos Políticos) que se implementaram para evitar a fragmentação política e a incursão bem-sucedida destes novos políticos. Estabelece-se assim um “regime de convivência” depois de um período transicional inconcluso, que implementou timidamente as reformas institucionais que não conseguiram fortalecer o sistema, e que esteve assinado por uma constante instabilidade política e conflitualidade social.