A construção da ideia europeia: a perspectiva histórico-cultural, pata além da “identidade”

O artigo explora o conteúdo da ideia da Europa, com o objetivo de mostrar que não está definida pela “identidade” como um resultado produto da história, a geografia, ou os aspetos económicos, mas por um conjunto de fatores, em parte aleatórios, que lhe têm ido constituindo através do tempo. A aproximação cultural (neste caso histórico-antropológica) às características do europeu de efetua começando com a mesma ideia da Europa, que se analisa desde os seus começos como o resultado de uma amalgama de culturas como a cretense, a fenícia e a egípcia, com o aporte e o discurso que ao respeito têm tido os gregos, os romanos, as tentativas de unidade europeia desde Carlo Magno e Carlos V, até a Unidade Europeia de nossos dias. O estudo das estruturas simbólicas e históricas que têm construído uma ideia do europeu tem sido multiforme e não sempre idêntico. Além disso, conclui a autora, não pode definir-se à Europa em termos de uma “identidade” fixa que seja necessário proteger a todo custo frente a intrusões culturais externas. Pelo contrário, trata-se de um processo ou “configuração” sócio-histórica que permite que em futuras ampliações países que por seu passado não poderiam aspirar a ser membros da União Europeia, podem chegar a sê-lo por seu futuro; é esse o caso em especial da Turquia e a Ucrânia.