Avances en Psicología Latinoamericana
ISSN:1794-4724 | eISSN:2145-4515

Através do nariz vermelho: a identidade do palhaço terapêutico

A través de la nariz roja: la identidad del payaso terapéutico

Through the Red Nose: The Identity of the Therapeutic Clown

Cynthia de Freitas Melo, Camila Maria de Oliveira Ramos

Através do nariz vermelho: a identidade do palhaço terapêutico

Avances en Psicología Latinoamericana, vol. 38, núm. 3, 2020

Universidad del Rosario

Cynthia de Freitas Melo *

Universidade de Fortaleza, Brasil


Camila Maria de Oliveira Ramos

Universidade de Fortaleza, Brasil


Recepção: Agosto 23, 2017

Aprovação: Agosto 10, 2020

Informação adicional

Para citar este artigo: Melo, C. F., & Ramos, C. M. O. (2020). Através do nariz vermelho: a identidade do palhaço. Avances en Psicología Latinoamericana, 38(3), 1-13. https://doi.org/10.12804/revistas.urosario.edu.co/apl/a.5986

Resumo: Na tentativa de mitigar o sofrimento da hospitalização, cresce a valorização dos aspectos psicossociais e das ações de humanização, em especial do palhaço terapêutico, que buscam emergir o sorriso “por detrás” do corpo doente, seja adulto ou criança. Tema pouco explorado pela literatura a partir da perspectiva desses sujeitos e de sua identidade. Diante do exposto, a presente pesquisa objetivou investigar a identidade do palhaço, compreendendo sua identidade pessoal e social. Foi realizada uma pesquisa exploratória, de abordagem qualitativa. A partir de critério de saturação, contou-se com a participação de dez palhaços, que responderam um roteiro de entrevista semiestruturado, cujos dados foram compreendidos com apoio do softwareIRAMUTEQ. Os resultados evidenciam que as experiências no contexto da formação e prática do palhaço possibilitam o desenvolvimento de diversos aspectos da identidade pessoal e social. Conclui-se que o palhaço subverte a lógica, através da piada e riso, facilitando a ressignificação do outro indivíduo e sua própria identidade.

Palavras-chave: humanização da assistência, terapia do riso, palhaço terapêutico, identidade social.

Resumen: En el intento de mitigar el sufrimiento de la hospitalización, crece la valorización de los aspectos psicoso- ciales y de las acciones de humanización, en especial del payaso, que busca generar una sonrisa “detrás” del cuerpo enfermo, sea de un adulto o de un niño. Tema poco explorado por la literatura a partir de la perspectiva de esos sujetos y de su identidad. Ante lo expuesto, la presente investigación tuvo como objetivo investigar la identidad del payaso, comprendiendo su identidad personal y social. Fue realizada una investigación exploratoria, de abordaje cualitativo. Con un criterio de saturación, se contó con la participación de diez payasos, que respondieron un guion de entrevista semiestructurado, cuyos datos fueron analizados con el apoyo del software IRAMUTEQ. Los resultados evidencian que las experiencias en el contexto de la formación y práctica del payaso posibilitan el desarrollo de diversos aspectos de la identidad personal y social. Se concluye que el payaso socava la lógica, a través del chiste y la risa, facilitando la resignificación del otro individuo y su propia identidad.

Palabras clave: humanización de la asistencia, terapia de la risa, payaso terapéutico, identidad social.

Abstract: In an attempt to mitigate hospitalization suffering, there is a growing appreciation of the psychosocial aspects and humanization actions, which seek to bring about the smile “behind” the sick body, be it adult or child. This is a subject little explored by literature from the perspective of the clowns and their identity. In view of the above, the present research aimed to investigate the clown’s identity, including his/her personal and social dimensions. An exploratory, qualitative approach was carried out. In the study, ten clowns participated, who answered a semi-structured interview script, processed by the IRAMUTEQ software. The results show that the experiences in the context of the formation and practice of the clown make it possible to develop several aspects of personal and social identity. It is concluded that the clown subverts the logic through joke and laughter, facilitating the resignification of the other individual and his/her own identity.

Keywords: Humanization of assistance, laughter therapy, therapeutic clown, social identity.

O hospital é um ambiente que reúne elementos que envolvem a saúde e a doença, a cura e a morte. Esse espaço, na maioria dos casos, se apresenta de forma triste e sem cor, onde o foco geralmente está sobre o corpo a ser curado, seu processo de tratamento, internação e recuperação (Morcef et al., 2016). Segue tradicionalmente o modelo biomédico, influenciado pelo pensamento cartesiano, que concebe o corpo humano como uma máquina, a ser analisada de forma fragmentada e concertada, secundarizando a importância da subjetividade e totalidade do sujeito adoecido (Capra, 2006; Koifman, 2001).

Em contraposição a essa lógica, o modelo biop- sicossocial compreende que “por trás” do doente existe um sujeito, que, para além da perda de saúde, foi privado de sua liberdade, da convivência com a família e amigos, da sua rotina e de seus planos. Propõe uma percepção mais ampla sobre a saúde do homem, em consonância com a visão ampliada de saúde proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 1948), envolvendo o biológico (corpo), o psicológico (mente) e o social (família, grupo, cultura, sociedade) (Capra, 2006; Straub, 2005).

Para reforçar essa cultura, a prática de humanização no hospital evidencia-se como um bem e uma necessidade reconhecida (Cruz, 2012; Esteves et al., 2014; Sena, 2011). Visa o cuidado em saúde, com atenção às necessidades do paciente, estimulando o seu empoderamento, o trabalho interdisciplinar e mudando a estratégia de comunicação com o paciente (Abreu, 2011; Almeida, 2012; Esteves et al., 2014). Envolve o sujeito cuidado, mas também os seus cuidadores e demais atores do contexto hospitalar; representando um desafio transversal a todos os atores em saúde. No Brasil, tem sido prioridade nas políticas de saúde, formalizada pela Política Nacional de Humanização (Angnes & Bellini, 2006; Lanzieri et al., 2011).

Inspirado nesse modelo, um médico norte-americano, Hunter Doherty “Patch Adams”, percebeu que há deficiência na relação médico-paciente, e que os profissionais de saúde ignoravam o fato de que as emoções influenciam no estado de interna- ção e melhora do seu paciente. Propôs, então, o projeto Clown, que busca a humanização no contexto hospitalar, utilizando o humor como uma forma de instrumento para melhorar o fator emocional e influenciar o estado e clima de internamento e recuperação do paciente, contribuindo ainda para a mudança da relação terapêutica entre médico e paciente (Amorim et al., 2015; Lima et al., 2009; Matraca et al., 2011; Mota et al., 2012). Proposta difundida em diversos países por meio de Michael Christensen, um dos fundadores do projeto Big Apple Circus. Posteriormente trazida ao Brasil por um de seus membros, o ator Wellington Nogueira, que fundou os “Doutores da Alegria”, na década de 90 (Almeida, 2012; Brito et al., 2016; Doutores da Alegria [DA], 2016; Hart & Walton, 2010; Masetti et al., 2013; Sato et al., 2016; Takahagui et al., 2014).

Atualmente conhecidos como Clowns, Doutores da Alegria ou Doutores Palhaços, esses profissionais trabalham com foco sobre a humanização do tratamento do paciente, por meio da alegria e do riso. Com naturalidade, transformam o ambiente em um lugar mágico, os equipamentos e as pessoas que trabalham nesse espaço, fazendo a imaginação fluir (Esteves et al., 2014; Morcerf et al., 2015; Rosevics et al., 2014; Takahagui et al., 2014). Auxiliam o paciente (de todas as idades) na elaboração do seu estado de doença, amenizando a tensão da internação hospitalar, facilitando a vivência no hospital e melhorando a relação com os profissionais da saúde (Abreu, 2011; Amorim et al., 2015; Lamers et al., 2012; Lima & Santos, 2015; Matraca et al., 2011; Mussa & Malerbi, 2012).

Uma prática que hoje ultrapassou os limites do hospital, possuindo um campo de atuação amplo e diversificado, inclusive em visitas domiciliares na Atenção Básica (Brito et al., 2016). Um trabalho que, utilizando da arte da palhaçaria, é feito de forma séria e cuidadosa. Antes da intervenção, eles estudam a demanda da instituição e dos pacientes, fazem uma análise dos dados do mesmo e planejam como podem intervir naqueles casos, de forma que possam alcançar e resgatar a alegria adormecida e uma melhora na condição do paciente, no seu bem-estar (Sato et al., 2016; Takahagui et al., 2014).

Um trabalho amplamente reconhecido na literatura pelos profissionais de saúde (Almeida, 2012; Brito et al., 2016; Caires et al., 2014; Morcerf et al., 2015; Mota et al., 2012; Mussa & Malerbi, 2012; Sato et al., 2016; Takahagui et al., 2014) e pelos pacientes (Agostini et al., 2014; Barkmann et al., 2013; Ford et al., 2013; Lima & Santos, 2015; Morcerf et al., 2015; Mussa & Malerbi, 2012; Sato et al., 2016; Takahagui et al., 2014).

Por outro lado, a literatura também evidencia que os clowns também são mal compreendidos por muitos profissionais, sendo vistos como aqueles que atrapalham o atendimento clínico ou que só brincam. Trata-se, portanto, de um personagem híbrido, que está entre os pacientes e os profissionais, entre o modelo biomédico e o biopsicossocial, entre a cura física e o cuidado humanizado. Nessa perspectiva, cabe pensar a respeito da sua identidade; tema ainda escasso de estudos (Almeida, 2012).

O ser clown e sua identidade é construído a partir do interesse do indivíduo, podendo ser estudantes e profissionais de qualquer área, artistas ou simpatizantes com o projeto. Para a construção desse sujeito, no início há um treinamento teórico e prático; seguido da construção do personagem, com a escolha do nome que enfatiza alguma característica própria do indivíduo, a ser mais evidenciada por meio da maquiagem e roupa. Processo imprescindível para construção da identidade do clown, que o ajudam a se inserir nesse grupo (Morcerf et al., 2015; Rosevics et al., 2014; Sato et al., 2016; Takahagui et al., 2014).

Nessa perspectiva, com base na teoria da Iden tidade Social, da Psicologia Social, assume-se que o ser humano sempre está inserido em algum grupo, em busca de se conhecer e saber quem é no mundo, realizando a construção de sua subjetividade para a formação da sua identidade pessoal e social. No contexto social, ele analisa com qual grupo se identifica, quais ideologias se aproximam ou se igualam às dele, os interesses em comum e as ações tomadas, e fundamentado nisso, consegue perceber que faz parte de algo que já está intrínseco nele (Myers, 2000). É assim, que o sujeito, ao identificar a ideologia clown, decide querer fazer parte desse grupo.

Por conseguinte, a identidade social está relacionada ao ser no grupo, ou seja, o indivíduo nasce no meio social, influenciado pela cultura, se faz homem, se torna existente. Por ser pessoa, busca se conhecer e se fazer integrante de um grupo e, através disso, tenta se completar e complementar esse grupo. É uma busca de se identificar, se conhecer, se construir. No entanto, para ser integrante de um grupo, há a necessidade de antes ter um ponto em comum (Jesus, 2013). Portanto, a identidade pessoal está interligada à identidade social. O indivíduo vê suas nuances de personalidade, subjetividades, crenças e valores, mas tudo isso se formou a partir do meio social onde ele faz sua existência. Deste modo, compreende-se que o sujeito que procura ser clown possui características compartilhadas por esse grupo, que o motivam a buscá-lo. Uma vez nele, seu eu é submergido por essa realidade, influenciando e sendo influenciado, aspectos que podem auxiliar na compreensão que esse sujeito tem de si mesmo, do seu papel e a importância de suas ações. Diante do exposto, a presente pesquisa objetiva investigar a identidade do clown, compreendendo sua identidade pessoal e social.

Método

Foi realizada uma pesquisa exploratória, de cunho qualitativo que buscou aprofundar sobre este tema ainda pouco abordado na literatura. A partir de um critério de saturação, contou-se com a participação de dez clowns: (1) um que atua na rua, (2) dois de uma Organização Não-Governamental, (5) cinco de um grupo integrado a uma universidade estadual e (2) dois de um grupo integrado a uma universidade federal. A pesquisa teve como critérios de inclusão: trabalhar há pelo menos um ano como clown, em qualquer instituição, estar vinculado a um grupo e ser maior de 18 anos. Como critério de exclusão considerou-se não atender os critérios propostos ou não estar disponível.

Foi utilizado um roteiro de entrevista semiestruturado composto por 19 perguntas, abordando as seguintes categorias: (1) o processo de inserção no grupo clown; (2) atuação e funcionamento do grupo clown; (3) identidade clown, e (4) visão do papel e importância do clown.

Após aprovação de Comitê de Ética em Pes- quisa por meio do parecer N. 1.699.976, de 25 de agosto de 2016, os participantes foram selecionados pela técnica da bola de neve, por meio da qual um participante (selecionado de forma intencional ou de acordo com a conveniência do pesquisador) indica outro participante até integrar a amostra (Diehl & Tatim, 2004). As entrevistas foram realizadas de forma individual, em ambiente reservado, com o auxílio do gravador, respeitando todos os aspectos éticos referentes às pesquisas envolvendo seres humanos citadas na Resolução 466 /12.

As análises dos dados ocorreram em três etapas, utilizando-se o programa IRAMUTEQ (Interface de R pour les Analyses Multimensionnelles de Textes et de Questionnaires). Foram realizadas análises lexicográficas clássicas para verificação de estatística de quantidade de evocações e formas. Obteve-se a Classificação Hierárquica Descendente (CHD), para o reconhecimento do dendograma com as classes que surgiram, desconsiderando as palavras com x2 < 3.80 (p < 0.05) e, a partir desse, foi feita análise de conteúdo de cada classe (Bardin, 1977). Ao final, emitiu-se a Nuvem de Palavras, a fim de agrupar as palavras e as organizar graficamente em função da sua frequência, mantendo as que possuem frequência acima de 10 (Camargo & Justo, 2013).

Resultados e Discussão

O corpus geral foi constituído por 1 700 segmentos de texto (ST), com aproveitamento de 1.290 STs (75.88 %). O material apresentou 58 753 ocorrências (palavras, formas ou vocábulos), sendo 5 139 palavras distintas e 2 579 com uma única ocorrência. O conteúdo analisado foi distribuído em quatro classes: Classe 1, com 327 ST (25.40 %); Classe 2, com 363 ST (28.10 %); Classe 3, com 241 ST (18.70 %) e Classe 4, com 359 ST (27.80 %).

Essas quatro classes se encontram divididas em duas ramificações (A e B) do corpus total em análise. O subcorpus A, denominado “A contextualização do trabalho do clown”, possui duas ramificações, “A prática do clown”, que contém os discursos correspondentes às Classe 3 (“O público-alvo e os seus sentimentos”) e Classe 4 (“A importância e os desafios do trabalho do clown”) e a outra ramificação é composta exclusivamente pela Classe 2 (“A representação e os ensinamentos que o palhaço produz”), que contempla toda dinâmica de ser clown e sua prática, ressaltando os aspectos importantes que ele promove e ainda apresenta todos os sujeitos que fazem parte desse processo. O subcorpus B, composto pela Classe 1 (“A inserção ao projeto clown”), recebe o nome da sua única classe, e refere-se a todo o processo de seleção e inserção no grupo do projeto clown (ver figura 1).

Dendograma da Classificação Hierárquica Descendente
Figura 1.
Dendograma da Classificação Hierárquica Descendente


Para atingir uma melhor visualização das classes, elaborou-se um organograma com a lista de palavras de cada classe gerada a partir do teste qui-quadrado. Nele emergem as evocações que apresentam vocabulário semelhante entre si e vocabulário diferente das outras classes. A seguir serão descritas, operacionalizadas e exemplificadas cada uma dessas classes emergidas na Classificação Hierárquica Descendente (ver figura 2).

Organograma da Classificação Hierárquica Descendente
Figura 2.
Organograma da Classificação Hierárquica Descendente


Subcorpus A - A contextualização do trabalho do clown

A.1 - A prática do clown

Classe 3 - O público-alvo e os seus sentimentos

A Classe 3 representa 18.70 % (f = 241 ST) do corpustotal analisado. É constituída por palavras e radicais entre x2= 4.16 (Fundar) e x2 = 106.94 (Mãe). Essa classe é composta por palavras como “Mãe” (χ2 = 106.94), “Pai” (χ2 = 44.13), “Medo” (χ2 = 39.05), “Criança” (χ2 = 26.53), “Sentimento” (χ2 = 26.24), e “Coragem” (χ2 = 17.36). Verificou-se que estão contemplados os discursos dos entrevistados sobre as pessoas com quem eles trabalham, seu público-alvo. Além disso, apresentam a percepção deles sobre os principais sentimentos dos pacientes em relação ao processo de adoecimento, tratamento e a prática do próprio clown.

Os entrevistados revelaram que atendem a diferentes públicos - crianças, adolescentes, adultos e idosos, como propõe a literatura (Esteves et al., 2014; Morcerf et al., 2015; Rosevics et al., 2014; Takahagui et al., 2014), embora haja uma predomi nância de ações com pacientes pediátricos e suas mães. É relatado ainda o cuidado com a percepção das reações de crianças e mães sobre sua presença, para a tomada de decisão sobre a realização, ou não, da intervenção, conforme sugerem Rosevics et al. (2014) e Sato et al. (2016). Foi reforçado ainda que a não intervenção por recusa do paciente é tão significativa quanto a ocorrência de intervenção, pois este é um momento precioso em que é dado ao paciente o direito de decisão e de posse sobre si e sua rotina, geralmente tão negado no contexto de internação hospitalar, onde os procedimentos médicos e cotidiano de tratamento sobrepõem-se sobre o desejo do paciente.

Eles retratam ainda que, com a intervenção do clown, há uma reorganização do processo de adoecimento e internamento do doente. Realidade reforçada pela literatura sobre o uso do riso como ferramenta terapêutica (Abreu, 2011; Amorim et al., 2015; Lima & Santos, 2015; Matraca et al., 2011; Mussa & Malerbi, 2012).

Às vezes, fica nesse imaginário de que todo mundo gosta de palhaço, que as crianças amam o palhaço, mas não é. A gente também lida com as que não gostam, inclusive com mães que tem medo. Têm mães que tem medo. Muitas vezes já entrei na enfermaria e a mãe viu, saiu correndo e se trancou no banheiro. Então, os pais também quando não querem, a gente também não insiste (Participante 3).

Muitas vezes, a criança tem uma rejeição as- sim e, às vezes, é porque tá ali na dinâmica com a mãe e ela percebe, ‘caraca, minha mãe tá se dando bem’ e ela começa a sorrir. Tem o processo inverso também. Então, acaba que, se eu chego e a mãe que tem medo, aí, a criança vê que a mãe tá com medo, ela fica também” (Participante 1).

Depende do paciente, mas como eu disse pode ter muitas, pode ser que seja só o que tava faltando pro paciente conseguir se reorganizar. Alguém que quebra aquela rotina do hospital. Pode ser que seja alguém em quem o paciente vai descontar a raiva. Vai chegar, vai brigar, vai xingar, vai chamar de palhaço, porque a gente vê muito isso. Tem muita criança que chega e fica dizendo ‘Ah seu palhaço feio, não sei o quê’. Falando mal, fica até batendo assim, às vezes, na perna. [...] E que chega e fica batendo na gente e tal. Mas que não para de seguir a gente, que tá sempre do nosso lado, porque essa é a forma que a criança tem de se expressar. Então assim, pode ser que seja alguém que ela precisa pra dá uma pancada. Mas é a forma que ela vai ter de se reorganizar” (Participante 10).

Classe 4 - A importância e os desafios do trabalho do clown

A Classe 4 representa 27.80 % (f = 359 ST) do corpus total analisado. Constituída por palavras e radicais intervalo entre x2 = 3.84 (Próprio) e x2 = 88.38 (Questão). Composta por palavras como “Questão” (χ2 = 88.38), “Muito” (χ2 = 73.28), “Sociedade” (χ2 = 53.01), “Clown” (χ2 = 37.32), “Achar” (χ2 = 36.34), “Profissional” (χ2 = 33.52) e “Ambiente” (χ2 = 31.98). Refere-se à importância do trabalho do clown dentro de qualquer espaço, principalmente no hospital. Retrata ainda sobre os desafios de sua atuação, devido a não aceitação na sociedade, especialmente entre os profissionais da área de saúde.

Na literatura, há um reconhecimento do trabalho do clown, inclusive a importância deste pelos profissionais de saúde (Almeida, 2012; Brito et al., 2016; Caires et al., 2014; Morcerf et al., 2015; Mota et al., 2012; Mussa & Malerbi, 2012; Sato et al., 2016; Takahagui et al., 2014) e pelos pacientes (Lima & Santos, 2015; Morcerf et al., 2015; Mussa & Malerbi, 2012; Sato et al., 2016; Takahagui et al., 2014). Porém, os entrevistados mostram que na prática esse reconhecimento não acontece na maioria das vezes.

Olha, tem gente que reconhece, tem gente que não reconhece. Tem gente que acha que realmente é inútil, que não faz nenhuma diferença (Participante 4).

Alguns profissionais chegam a ser bastante grosseiros, porque acham que você está ali atrapalhando, vai pra ali brincar com a criança, a criança vai perder o acesso, e vai só fazer bagunça. Tem alguns profissionais que têm alguma rejeição e chegam até a ser um pouco grosseiros com a gente, mas aí a gente vai levando (Participante 7).

É muito da forma como ela também entende a nossa participação ali. Se ela acha que tá atrapalhando, a gente sai. Mas é algo que vai muito além, não existe essa importância dada ao clown. A gente não vê campanhas que falam sobre isso, não só sobre o clown, mas sobre humanização. Tanto que tem o desconhecimento quando a gente fala em humanização e aí, começa os burburinhos ‘pra quê, todo mundo é humano’. [...] Mas é muito mais amplo do que isso, eu acredito que se realmente houvesse essa explicação pra sociedade mesmo, [...] Mas pra quem tá ali de primeira vez, é muito estranho vê uma pessoa do nada, parece realmente que a gente tá querendo atrapalhar o ambiente e prejudicar as crianças, fazendo barulho e tudo mais, do que procurar melhorar (Participante 1).

O clown é o tropeço na sociedade. Sua essência é conquistar risos com tudo aquilo que é considerado pela sociedade como uma queda, um deslize, que não são bem vistos ou bem aceitos. Subvertendo a lógica, por meio do seu trabalho, ele promove uma ressignificação do ambiente e objetos presentes no hospital, ajudando ao paciente a aprender a lidar com o tratamento ou até mesmo com o adoecimento (Brito et al., 2016; Esteves et al., 2014; Morcerf et al., 2015; Mussa & Malerbi, 2012; Rosevics et al., 2014; Sato et al., 2016; Takahagui et al., 2014).

O clown, eu acho fantástico porque ele traz uma certa esperança. Porque tipo, ele vai fazer que ela ressignifique aquelas coisas que ela está vendo e eu acho isso incrível. Eu fico muito feliz de poder participar de algo desse tipo, porque é muito, dá aquele quentinho no coração, sabe. Eu gosto muito do clown por causa disso, apesar de eu ter meus problemas com ele, por causa da minha timidez e às vezes, o clown pede que você seja mais extrovertida (Participante 5).

Eu acho que a importância começa daí, né. De subverter e também, a subversão acontece também na piada, né. Muitas vezes, a gente faz piada de um estetoscópio, a gente faz piada de um instrumento. O estetoscópio é para escutar o coração, mas a gente bota na bunda, a gente bota na perna, a gente bota, faz mil e uma coisas com uma seringa ou com qualquer outra situação, sabe. Então, a gente querendo ou não, a piada, ela também é uma forma de criticar esse espaço. [...] Porque o palhaço tem essa essência desde que ele nasceu, de criticar por meio das piadas e ser aceito, porque todo mundo ri, mas na verdade é uma crítica que o palhaço tá fazendo. Então, o palhaço parece um ser bobo, mas ele não tem nada de bobo, ele sabe muito bem o que tá fazendo, né. E eu acho que isso, [...] é permitir, mesmo que não fique claro essa piada, essa subversão, é modificar a partir isso sabe, a partir da relação ali, que vai se estabelecer, né (Participante 3).

A.2 - A representação e os ensinamentos que o palhaço produz

Classe 2 – A representação e os ensinamentos que o palhaço produz

A Classe 2 compreende 28.10% (f = 363 ST) do corpus total analisado. Constitui-se por palavras e radicais no intervalo entre x2 = 3.86 (Gente) e x2 = 0000 (Dizer). Composta por palavras como “Pa- lhaço” (χ2 = 70.76), “Exatamente” (χ2 = 66.76), “Dizer” (χ2 = 52.48), “Escolher” (χ2 = 32.99), “Político” (χ2 = 24.85), “Personagem” (χ2 = 20.05) e “Ideologia” (χ2 = 19.67). Na análise realizada, surge a representação do ser clown, sua identidade e os ensinamentos que aprenderam com essa prática.

A identidade que os entrevistados expõem sobre seu clown está conectada às experiências que viveram no campo social, relatando principalmente, as experiências no próprio grupo que pertencem. Confirma-se a proposta de Myers (2000), ao afirmar que a construção da subjetividade do indivíduo associa-se a inserção no grupo por meio das ideologias e interesse desse último.

Não posso nem dizer que é uma segunda personalidade, mas é um complemento a minha per- sonalidade. É aquele, é aquela, é realmente tudo aquilo que eu queria fazer, mas que a sociedade poderia julgar, aí eu pego e jogo na Tuntun. Ela complementa a minha personalidade. Eu sou duas em uma, então (Participante 6).

Quem é, não sei, é muito eu. Tem muito da minha personalidade, de ser irônica, de não ser muito ‘nhemnhem’ com as crianças. Tipo, eu falo com ela como eu falo contigo agora, mas ao mesmo tempo ela tem coisas que eu queria ter mais em mim, que é de ser mais solta, falar o que pensa e não ficar segurando, eu gosto muito da ‘E’ (Participante 5).

Eu vejo o palhaço como um anjo, um anjo que ele protege, mas ele também, às vezes, some, para que você possa fazer as coisas por si, isso assim de uma maneira né, espiritualista, até. Mas eu diria que ele tem sim um papel de transformação social muito forte. Tem sim esse papel de transformação política muito forte” (Participante 8).

De acordo com Matraca et al. (2011), Mota et al. (2012) e Rosevics et al. (2014), a aprendizagem que os clowns adquirem está relacionada ao desenvolvimento de potenciais e características necessárias para o atendimento dos pacientes. Também, os entrevistados referem-se às vivências que proporcionaram ensinamentos pessoais e que pretendem levar para vida deles. É algo que supera a prática, no qual, essa experiência compreende todos os elementos que fazem parte do contexto do clown.

Quando você tinha me perguntado sobre como é que você se vê fora do clown, mas assim, acho que envolve justamente, digamos, o que eu aprendi com ele. O que eu vou levar disso tudo é, é o modo como eu vou agir e como o que eu faço é, interfere na vida de outra pessoa. Mas é, não é questão de controle, mas é saber que, que existe uma ação e reação para tudo. Que você tendo o cuidado de promover uma ação que traga uma reação positiva, é eu acho que foi mais ou menos isso que eu vou poder levar assim, I. vai poder levar (Participante 2).

Eu acho que o clown pra mim, ele é muito importante nesse sentido pessoal, né, porque eu já vi não só em mim, mas em muitas pessoas es- sas mudanças, sabe de, não de personalidade, digamos do mundo da personalidade. Mas muda alguns pontos da personalidade, né. E ele é muito importante para que as pessoas desenvolvam muitas coisas, que talvez, elas não desenvolveriam em outros espaços. Então, acho que o clown também nos ensina, ele é potencialmente um professor, digamos assim, né, de nós mesmos. Então, eles nos ensinam muito (Participante 3).

O clown me convidava todo tempo a dizer que futuro não existia. Não porque ele não existia de fato, mas, porque o clown não se importa com ele, ele tá te convidando a viver o momento de hoje sem moralizar, sem valor de julgamento, é pra viver o agora (Participante 4).

Ainda nesta classe, os entrevistados mostram que não conseguem se ver separados do seu clown. Confirma-se a literatura que mostra que a identidade pessoal se relaciona com a do grupo (Jesus, 2013).

É difícil dizer, porque eu sou eu mesmo nos dois cantos, faço piada ruim dos dois jeitos, então, quem conhece minhas piadas (Participante 10).

Não consigo separar muito. É claro que, às vezes, eu acho que é assim, quem é palhaço não dá pra descolar muito não, é o tempo inteiro. Eu tenho uma amiga que mora em Barcelona, estuda lá e é palhaça, quando ela vem, ela tem uma risada que é só dela, ‘ri ri ri ri’, umas coisas assim. Ela não precisa tá maquiada e com o nariz. Inclusive, eu comecei sem nariz, já comecei lá do contrário assim. Então, não acho que dá pra descolar muito não assim, é o tempo inteiro (Participante 9).

Subcorpus B - A inserção ao projeto clown

Classe 1 - A inserção ao projeto clown

A Classe 1 representa 25.4 % (f = 327 ST) do corpus total analisado. Constituída por palavras e radicais no intervalo entre x2= 3.96 (Amigo) e x2 = 136.62 (Projeto). Essa classe é composta por palavras como “Projeto” (χ2 = 136.62), “Seleção” (χ2 = 77.67), “Curso” (χ2 = 74.52), “Grupo” (χ2 = 73.24) e “Ano” (χ2 = 71.23). Verificou-se que os discursos dos entrevistados falam sobre o proces- so de seleção, a inserção no projeto para se tornar clown e as vivências no cotidiano de atuação.

É, eu entrei logo no meu primeiro semestre da faculdade. [...] E aí quando eu entrei na universi- dade, eu vi que havia possibilidade da psicologia participar, porque eu achava que era um projeto só da medicina, porque, geralmente, eles têm esse caráter, né. E aí, não, eu vi a possibilidade de entrar, fiz a seleção e fui selecionada. E aí, foi assim que eu entrei lá (Participante 3).

Foi logo no início do curso porque eu entrei no primeiro semestre e aí, faz parte de processo meio que da UECE mesmo. Eles fazem a primeira semana de acolhida da saúde, que envolve vários cur- sos, a psicologia, nutrição, enfim. E aí, nesse tinha uma parte como se fosse uma oficina em que eles falavam sobre a questão do HumanarteS, que é um projeto de extensão de lá. E aí, foi quando eu tive contato, né. Fora que na Psicologia tem muito membros de lá, [...] era uma coisa bem próxima da minha realidade. Fiquei interessada e quando teve a seleção, que acho que foi entre o primeiro e segundo semestre, aí eu fiz e passei. Pensando que não ia, mas passei e aí, foi quando eu comecei a me engajar mesmo no projeto, ter um contato mais próximo deles, na prática (Participante 1).

Tive contato com o clown, foi a partir de um projeto de humanização, é... Humanartes. Uma proposta semelhante ao que seria os Doutores da Alegria, quem fazem visitas aos hospitais e tal. Só que é... quando a gente entra na extensão, nesse tipo de trabalho, a gente descobre que não é só você vestir uma roupa engraçada, colocar um nariz de palhaço e a menor máscara do mundo, que não esconde, ela revela quem você é. E assim a gente aprende que existe toda uma formação, além de um desabrochar (Participante 2).

Fica evidente que o ser clown é interdisciplinar e desperta interesse de estudantes de diferentes cursos - medicina, psicologia e até do jornalismo (Rosevics et al., 2014; Takahagui et al., 2014). Constata-se também que os integrantes dos projetos ajudam e atuam na próxima seleção de novos palhaços.

A gente tá na seleção do projeto, então, a gente teve essa oportunidade de fazer uma palestra, pra compartilhar mesmo como é e querendo ou não, isso leva as outras pessoas a refletir não só sobre isso, às vezes, também sua própria vida e algum momento teve hospitalizada e aí, não pensou nes- sa função mais global mesmo, enfim do contexto. Então, tá em tudo em mim (Participante 1).

Eu costurei praticamente todas as seleções. Então, a primeira coisa que eles ouvem quando entram no Projeto Ipsilon é o que acho o que é o palhaço. Mas o que eu acho que muda e que eu acho que é interessante é eu me aprofundo na visão do palhaço toda vez que eu inicio alguma geração (Participante 4).

Em seguida, foi analisada a nuvem de palavras obtida por meio dos discursos dos clowns. A nuvem de palavras oferece um agrupamento das palavras graficamente em função da sua frequência de ocorrência. É uma análise lexical mais simples, porém bastante interessante, na medida em que possibilita a rápida identificação das palavras-chave de um corpusna nuvem das palavras mais evocadas pelos clowns, destacam-se: “palhaço”, “clown” e “pessoa”, reforçando o retrato na pesquisa de como o ser clown/palhaço relaciona-se ao ser gente/ pessoa, ou seja, não há cisão do palhaço e pessoa, são a mesma identidade (ver figura 3).

Nuvem de palavras
Figura 3.
Nuvem de palavras


Considerações finais

Já é reconhecida a importância do trabalho humanizado do clown no hospital junto aos pacientes, familiares e profissionais, ajudando a desconstruir a imagem negativa já pré-estabelecida e ressignificar aquele ambiente e vivência. Responde à importância do cuidado com todos que fazem parte desse contexto, respeitando os limites e as necessidades de cada indivíduo.

A partir do presente estudo, foi possível compreender como a arte da palhaçaria intervém na vida de todos no hospital, também especialmente sobre os próprios clowns. Observou-se que a construção desse sujeito é um processo que permeia a identi- dade pessoal e social do indivíduo, e ambas estão interligadas, sem sobreposições. Essa experiência proporciona a construção de um olhar mais humanizado deles e a expansão de algumas características, potenciais e, principalmente, novas perspectivas de vida deles. São aprendizagens que produzem um novo olhar para o mundo e para si.

Reconhece-se a limitação do presente estudo pe- los contextos de atuação dos participantes e método de pesquisa utilizado. Como pesquisa qualitativa, o número de dez participantes responde a necessidade de aprofundar e descortinar a realidade clown e sua identidade, porém foram abordados apenas sujeitos que atuam em hospitais de atenção secundária e terciária, não sendo contemplados sujeitos que trabalham em outros ambientes, como a Atenção Básica e Centros de Atenção Secundária de saúde. Reconhece-se ainda que um estudo transversal não comporta toda a pluralidade do tema, sendo reco- mendado outros estudos qualitativos longitudinais e pesquisas de levantamento em larga escala.

Acresce que o estudo recomenda que a arte da palhaçaria e o sujeito clown devem ser mais compreendidos pela comunidade acadêmica, principalmente com o foco sobre esse indivíduo que é clown, ainda com pouca voz na literatura, que em geral aborda essa realidade sob a ótica dos pacientes e profissionais de saúde. Reconhece-se, pois, a importância desses atores no cuidado sobre os outros, almejando o ressignificar e diminuir a pres- são de adoecimento, tratamento e internação dos pacientes através do sorriso.

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Autor notes

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