Narcisismo, pró-sociabilidade e agressão: o papel mediador da empatia

Narcisismo, prosociabilidad y agresión: el papel mediador de la empatía

Narcissism as Predictor of Pro-Socialness and Aggression: The Mediating Role of Empathy

Jaqueline Gomes Cavalcanti a
Universidade Federal da Paraíba, Brasil
Jennifer Oliveira Amaro dos Santos
Universidade Federal da Paraíba, Brasil
Carlos Eduardo Pimentel
Universidade Federal da Paraíba, Brasil
Anderson Mesquita do Nascimento
Universidade do Estado de Minas Gerais, Brasil
Maria Aparecida Trindade
Centro Universitário Vale do Salgado, Brasil
Adriele Vieira de Lima Pinto
Centro Universitário UNIESP, Brasil

Narcisismo, pró-sociabilidade e agressão: o papel mediador da empatia

Avances en Psicología Latinoamericana, vol. 40, núm. 2, 2022

Universidad del Rosario

Recepção: Dezembro 03, 2021

Aprovação: Agosto 05, 2022

Informação adicional

Para citar este artigo: Cavalcanti, J. G., Nascimento, A. M., Trindade, M. A., Santos, J. O. A., Pinto, A. V. L., & Pimentel, C. E. (2022). Narcisismo, pró-sociabilidade e agressão: o papel mediador da empatia. Avances en Psicología Latinoamericana, 40(2), 1-13. https://doi.org/10.12804/revistas.urosario.edu.co/apl/a.9079

Resumo: O presente estudo objetivou investigar o papel mediador da empatia, tomando em conta o narcisismo como variável preditora em dois diferentes modelos, tendo a pró-sociabilidade como variável dependente no primeiro e as dimensões de agressão no segundo. Para isso, contou-se com uma amostra de 205 participantes da cidade de João Pessoa (m = 27.43; dp = 9.13). Utilizou-se a Single-Item Narcissism Scale, a Escala Multidimensional de Reatividade Interpessoal, a Escala de Pró-sociabilidade, o Questionário de Agressão e um questionário sociodemográfico. Os dados foram processados com o auxílio do ibm spss e amos através das análises descritivas e inferenciais (correlações e mediação). Os resultados apontaram para efeitos diretos negativos do narcisismo na empatia e no comportamiento pró-social; e efeitos diretos positivos na agressão. Além disso, verificou-se o papel mediador da empatia na relação entre o narcisismo e a pró-sociabilidade, não encontrado na relação narcisismo e agressão. Esses achados corroboram estudos prévios, bem como contribuem para o entendimento das inter-relações dos construtos estudados.

Palavras-chave: narcisismo, empatia, personalidade.

Resumen: El presente estudio tuvo como objetivo investigar el papel mediador de la empatía, teniendo en cuenta el narcisismo como variable predictora en dos modelos diferentes, con la prosociabilidad como variable dependiente en el primero y las dimensiones de agresión en el segundo. Para ello, se contó una muestra de 205 encuestados de la ciudad de João Pessoa (m = 27.43; sd = 9.13). Se utilizó la Escala de Narcisismo de Ítem Único, la Escala de Reactividad Interpersonal Multidimensional, la Escala de Prosociabilidad, el Cuestionario de Agresión y un cuestionario sociodemográfico. Los datos fueron procesados con la ayuda de ibm spss y amos, a través de análisis descriptivos e inferenciales (correlaciones y mediación). Los resultados apuntaron a efectos negativos directos del narcisismo sobre la empatía y el comportamiento prosocial, y a efectos directos positivos sobre la agresión. Además, se verificó el papel mediador de la empatía en la relación entre narcisismo y prosociabilidad, lo que no se encontró en la relación entre narcisismo y agresión. Estos hallazgos corroboran estudios previos, además de contribuir a la comprensión de las interrelaciones de los constructos estudiados.

Palabras clave: narcisismo, empatía, personalidad.

Abstract: This study aimed to investigate the mediating role of empathy, considering narcissism as a predictor variable in two different models, with pro-sociality as the dependent variable in the first and dimensions of agression in the second. The sample was composed of 205 respondents from João Pessoa (m = 27.43, sd = 9.13). We used the Single-Item Narcissism Scale, the Multidimensional Interpersonal Reactivity Scale, the Pro-Sociability Scale, the Aggression Questionnaire, and a sociodemographic questionnaire. The data were processed using ibm spss and amos through descriptive and inferential analyses (correlations and mediation). The main results pointed to negative direct effects of narcissism on empathy and pro-social behavior and to direct positive effects on aggression. Furthermore, it was confirmed that empathy has a mediating role in the relation between narcissism and pro-sociability, which was not found for the relation between narcissism and aggression. These findings corroborate previous studies and contribute to the comprehension of the interrelationships of the studied constructs.

Keywords: Narcissism, empathy, personality.

O termo Narcisismo faz referência à história mitológica de Narciso, personagem que se apaixonou pela sua própria imagem refletida na água. Esse conceito tem sido estudado na Psicologia como um transtorno de personalidade narcísica (tpn), ou como um traço de personalidade. No primeiro prisma, parte da concepção de que o narcisismo envolve uma noção exagerada de importância pessoal não baseada na realidade, intensa necessidade de admiração, ausência de empatia significativa, e arrogância. Seu diagnóstico é possível através de avaliação clínica do indivíduo (American Psychiatric Association [apa], 2014). Do ponto de vista dos traços da personalidade, perspectiva considerada pelo presente estudo, o conceito remete a indivíduos que apresentam visões infladas do eu, grandiosidade, autofoco, vaidade e auto importância (Twenge, 2008).

Estudos indicam que altos escores em narcisismo podem predispor a maiores ocorrências de comportamentos agressivos, ou seja, comportamentos dirigidos para outro indivíduo, com o intuito de provocar danos (Bushman & Anderson 2001; Kjærvik & Bushman, 2021), e menores ocorrências de comportamentos pró-sociais, em outras palavras, ações direcionadas a beneficiar o outro, sem influências ou pressões externas (Anderson & Costello, 2009; Fanti & Henriche, 2015; Kauten, 2016; Kauten & Barry, 2014; Lambe et al., 2018; Lau & Marsee, 2013).

No contexto da agressão, o narcisismo apresenta associações significativas em amostras não clínicas e de estudantes, assim como reporta a revisão desenvolvida por Lambe et al. (2018). Para esses autores, essa relação é mais forte após uma ameaça do ego. Ainda sobre a relação narcisismo-agressão, o estudo de Lau e Marsee (2013), verificou que os traços narcísicos estão mais relacionados a agressão aberta e relacional. Por sua vez, no estudo de Fanti e Henriche (2015) com 1.416 adolescentes, o comportamento agressivo do bullying poderia ser melhor explicado pela combinação entre a baixa autoestima e alto grau de narcisismo. No mesmo ano, Kauten e Barry (2014), desenvolveram um estudo que investigou a relação do narcisismo na adolescência com a autopercepção e a percepção dos pares sobre o comportamento agressivo. Eles encontraram que adolescentes com altos níveis de narcisismo tentam firmar o seu estatuto social por meio de comportamentos agressivos perante a sociedade.

No que tange a pró-sociabilidade, estudos indicam que pessoas narcisistas não se identificam com tipos de comportamentos pró-sociais, como: compreensão, empatia, atenção ao outro, oferecer apoio social (Carpenter, 2012; Nunes & Hutz, 2007; O’Connor & Dyce, 1993; Widiger et al., 1993). Quando se verifica algum envolvimento desse grupo em ações pró-sociais, autores explicam que tais condutas podem estar motivadas pelo ganho da aprovação social (Kauten, 2016; Kauten & Barry, 2014).

Embora importantes indicações empíricas quanto à implicação do narcisismo no comportamento agressivo e comportamento pró-social, entende-se que a frequência dela não explica sozinha essas condutas, mas outras variáveis estão envolvidas neste processo, a exemplo da empatia. Usualmente definida como uma capacidade de se colocar no lugar do outro, a empatia vem sendo considerada como um importante conceito na psicología e psicopatologia para explicar comportamentos pró-sociais (Eisenberg & Miller, 1987), bem como, comportamentos agressivos e antissociais (Miller & Eisenberg, 1988), além de importante ferramenta para o desenvolvimento moral adequado (Formiga, 2016). Para Davis (1983), a empatia refere-se a reações afetivas às experiências observadas do outro, e abrange quatro dimensões: tomada de perspectiva, consideração empática, personal distress (angústia pessoal) e fantasia.

Para melhor compreender de que forma diferentes variáveis se combinam para explicar a agressão e o comportamento pró-social, torna-se fundamental uma base teórica que fundamente esse processo, não obstante, ainda não se encontra uma teoria coesa no contexto brasileiro. Nesta perspectiva, o Modelo Geral da Agressão (mga) e o Modelo Geral de Aprendizagem (glm) se apresentam como teorias pertinentes, uma vez que oferecem uma explicação para agressão e o comportamento pró-social tomando por base múltiplos aspectos. Esses modelos têm recebido apoio em pesquisas distintas (Anderson & Bushman, 2018; Cavalcanti & Pimentel, 2016; Coyne et al., 2018; Paiva et al., 2017; Pimentel et al., 2017; Saleem et al., 2017).

O gam, o qual considerou a integração de diversas teorias da agressão, argumenta que variáveis iniciais (pessoais e situacionais) influenciam o comportamento agressivo por meio das rotas afetivas, cognitivas e arousal (excitação) fisiológica (Allen & Anderson, 2017). Por sua vez, o glm pressupõe que variáveis afetivas, tais como: raiva, hostilidade, afetos positivos, podem mediar a relação de traços, crenças, valores com o comportamento pró-social (Buckley & Anderson, 2006).

Assim sendo, o presente estudo objetivou investigar o papel mediador da empatia, tomando em conta o narcisismo como variável preditora em dois diferentes modelos, tendo a pró-sociabilidade como variável dependente no primeiro e as dimensões de agressão no segundo. Em outras palavras, buscou-se conhecer a influência do narcisismo (variável pessoal) no comportamento agressivo e no comportamento pró social, mediado pela empatia (rota afetiva). De forma específica, buscou ainda conhecer as relações entre as variáveis: narcisismo, empatia, comportamento agressivo e pró-social; os efeitos diretos do narcisismo no comportamento agressivo e no pró-social; e finalmente os efeitos indiretos do narcisismo no comportamento agressivo e no pró-social.

Diante disso, o presente estudo espera que o narcisismo apresente efeitos indiretos sobre a pró-sociabilidade e a agressão, tendo a empatia como variável mediadora; e que o narcisismo correlacione-se negativamente com a empatia e prósociabilidade e positivamente com todos os fatores de agressão.

Método

Participantes

Participaram da pesquisa 205 respondentes de ambos os sexos, sendo 97 do sexo masculino (47.3%), e 108 do sexo feminino (52.7%). As idades variaram de 18 a 64 anos (m = 27.43; dp = 9.13), sendo 137 (67.2%), participantes solteiros, 54 casados (26.5%) e 5 divorciados (2.5%). Nesse sentido, foi considerado, tanto aqueles que estudaram ou estudam em universidades/escolas públicas (73.7%) quanto privadas (26.3%), todos da cidade de João Pessoa. A amostra foi do tipo não probabilística, sendo incluídos os estudantes que, presentes em sala de aula, concordaram em fazer parte do estudo. Independentemente da amostra, as seguintes regras de exclusão dos participantes foram adotadas: (1) não responder a uma das medidas; (2) deixar mais de 10% dos itens de uma medida sem resposta; (3) responder de forma diferente ou utilizando escala diferente da proposta no estudo. Convém mencionar que não foram limitados participantes que porventura houvesse diagnóstico de algum transtorno de personalidade, uma vez que parte da pesquisa foi realizada on-line, o que dificulta essa seleção.

Instrumentos

Single-Item Narcissism Scale (sins, Konrath et al., 2014) é uma escala de um único item. Segundo os autores dessa medida, embora seja uma medida unitária, ela consegue captar vários aspectos importantes do narcisismo. A sins, em seu estudo original, apresentou evidências de validade discriminante, validade convergente, validade preditiva e confiabilidade teste-reteste. Para o presente estudo, foi utilizado a versão em português do Brasil dessa medida (Moura et al., 2015): “Até que ponto você concorda com esta afirmação:” “Eu sou um narcisista” (Nota: a palavra “narcisista” significa egoísta, autocentrado e vaidoso), variando de 1 = discordo totalmente a 7 = concordo totalmente. Recentemente, Monteiro (2017) encontrou validade convergente desta versão em português da sins com medidas que avaliam o narcisismo na tríade sombria da personalidade (dtdd e sd3) para o presente contexto.

A Escala Multidimensional de Reatividade Interpessoal (emri), elaborada por Davis (1983) foi traduzida do original em inglês para o português por Koller et al. (2001). Esse instrumento mensura a empatia a partir de duas dimensões afetivas (consideração empática e angústia pessoal) e uma cognitiva (tomada de perspectiva). Cada uma das subescalas é constituída de sete proposições, que suscitam uma escolha objetiva a ser assinalada numa escala do tipo Likert que varia de 1= Não me descreve bem a 5 =Descreve-me muito bem. No que se refere à consistência interna dessa medida, em sua validação para o Brasil (Koller et al., 2001) os alfas de Cronbach das subescalas variaram de 0.54 a 0.65; com um alfa total de 0.74. No presente estudo, o alfa de Cronbach para o fator consideração empática foi de 0.65, para angústia pessoal foi de 0.63 e para tomada de perspectiva foi de 0.67. Em relação ao alfa total, este foi de 0.75.

Questionário de Agressão (aq). Foi elaborado originalmente em língua inglesa por Buss e Perry (1992), compondo-se de 29 itens que, teoricamente, avaliam quatro dimensões, a saber: agressão física, agressão verbal, raiva e hostilidade. Tais itens foram respondidos em uma escala de cinco pontos, tipo Likert, com os seguintes extremos: 1 = Discordo totalmente e 5 = Concordo totalmente. A adaptação dessa escala para o contexto brasileiro foi realizada por Gouveia et al. (2008) apresentando bons indicadores de consistência interna: agressão física (α = 0.85), agressão verbal (α = 0.72), raiva (α = 0.83); hostilidade (α = 0.77) e fator geral (α =0.89). No presente estudo, os fatores da escala de agressão alcançaram índices de consistência interna aceitáveis (agressão física = 0.68; agressão verbal = 0.68; raiva 0.82; hostilidade = 0.72 e fator geral = 0.88). O escore geral da agressão foi obtido através da média de todos os itens, com escores mais altos indicando maior agressividade.

Escala de Pró-sociabilidade (os, Caprara et al., 2005). Essa escala contém itens para aferir pró-sociabilidade (por exemplo: “Estou disponível para atividades voluntárias para ajudar aqueles que estão em necessidade”), que inclui não apenas comportamentos, mas também sentimentos pró-sociais, medidos em escala de cinco pontos, variando de 1 = Nunca / quase nunca verdadeiro a 5 = Sempre/ quase sempre verdadeiro. Utilizou-se na presente pesquisa a versão em português validada por Pimentel (2012), que apresentou alta consistência interna (α = 0.91). No presente estudo, a escala obteve alfa de Cronbach de 0.89.

Questionário Sócio-demográfico. Foram incluídas perguntas para caracterização da amostra, tais como: idade, sexo e estado civil.

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Com o objetivo de cumprir os requisitos éticos, na primeira página do livreto, além de informações que procuravam identificar os pesquisadores e as instituições responsáveis pela pesquisa, foi apresentado um termo de consentimento que o potencial participante do estudo deveria ler com atenção e, concordando livre e voluntariamente em colaborar, deveria rubricá-lo, dando seu consentimento para fazer parte da pesquisa.

Procedimiento

Inicialmente foi informado aos respondentes que participação seria voluntária, não sendo necessário que se identificassem. Foi-lhes assegurado também o anonimato das informações obtidas, indicando que estas seriam tratadas estatisticamente em seu conjunto. O tempo de resposta necessário para que os participantes respondessem aos questionários foi de aproximadamente 30 minutos. Embora as respostas tenham sido dadas individualmente, a aplicação dos instrumentos foi realizada de forma coletiva em sala de aula bem como através de questionários on-line tendo sido 56.1% das aplicações presenciais e 43.9% on-line. Com relação ao procedimento on-line, foi enviado o link do questionário aos participantes por meio de redes sociais bem como endereço de e-mails.

Com o objetivo de cumprir os requisitos éticos, na primeira página do livreto, além de informações que procuravam identificar os pesquisadores e as instituições responsáveis pela pesquisa, foi apresentado um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que o potencial participante do estudo deveria ler com atenção e, concordando livre e voluntariamente em colaborar, deveria rubricá-lo, dando seu consentimento para fazer parte da pesquisa. O projeto que resultou neste artigo foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal da Paraíba (caae: 27743214.1.0000.5188 em 18 de Julho de 2014).

Análise dos dados

Os dados foram analisados através do software R, versão 4.2.0. Foram realizadas análises descritivas e inferenciais, especificamente análises de correlação de Pearson e análises de mediação. O papel mediador da empatia no efeito do narcisismo sobre a pró-sociabilidade e agressão foi testado usando o pacote Lavaan (Rosseel, 2012). Deste modo, foram testados dois modelos de mediação, onde em ambos o narcisismo foi tomado como variável independente principal e os fatores da empatia foram tomados como variáveis mediadoras. Para o primeiro modelo testado, a variável explicada foi a pró-sociabilidade, enquanto que para o segundo foi o escore geral de agressão. Efeitos diretos, indiretos e totais do modelo de mediação foram testados por meio de análise de caminho. Os erros-padrão foram estimados por análise bootstrap de 1000 reamostragens. Os resíduos dos fatores de empatia (consideração empática, angústia pessoal e tomada de perspectiva) foram correlacionados. Para a testagem dos modelos foi considerado o nível de significância de 0.05.

Resultados

Correlações entre o narcisismo, empatia, pró-sociabilidade e agressão

Inicialmente foi realizada uma análise de correlação entre as variáveis estudadas, narcisismo, empatia, agressão e pró-sociabilidade. Foi utilizada a probabilidade unicaudal, visto que foram desen volvidas hipóteses prévias da direção das relações. Os resultados são sumarizados na Tabela 1.

Tabela 1
Descritivas e correlatos entre narcisismo, empatia, pró-sociabilidade e agressão
Descritivas e correlatos entre narcisismo, empatia, pró-sociabilidade e agressão

Nota.* p< 0.05, ** p< 0.01 (teste unicaudal). Identificação das variáveis: 1 = Narcisismo; 2=Agressão física; 3=Agressão verbal; 4= Raiva; 5= Hostilidade; 6= Pró-sociabilidade; 7= Consideração empática; 8= Tomada de perspectiva; 9= Angústia pessoal.

De acordo com a Tabela 1, o narcisismo correlacionou-se positivamente com os quatro fatores de agressão, a saber: agressão física (r = 0.19, p = 0.003), agressão verbal (r = 0.16, p = 0.01), raiva (r = 0.12, p = 0.03) e hostilidade (r = 0.13, p = 0.03). Por outro lado, como previamente hipotetizado, o narcisismo correlacionou-se negativamente com dois dos três fatores da empatia: consideração empática (r = -0.21, p = 0.001) e tomada de perspectiva (r = -0.16, p = 0.01); e também com a pró-sociabilidade (r = -0.28, p = 0.001).

Ademais a pró-sociabilidade correlacionou-se positivamente com todos os fatores de empatia [consideração empática (r = 0.52, p = 0.001); tomada de perspectiva (r = 0.37, p = 0.01); e angústia pessoal (r = 0.16, p = 0.01). Quanto a relação entre a agressão e a empatia, observou-se que a agressão física correlacionou-se de forma significativa e negativa apenas com a tomada de perspectiva (r = -0.21, p = 0.001). Por sua vez, a agressão verbal correlacionou-se negativamente com a tomada de perspectiva (r = -0.12, p = 0.04) e positivamente com a angústia pessoal (r = 0.17, p = 0.006). O fator raiva correlacionou-se positivamente com a consideração empática (r = 0.12, p = 0.04) e angústia pessoal (r = 0.22, p = 0.001) e negativamente com a tomada de perspectiva (r = -0.20, p = 0.002). Por último, a hostilidade apresentou correlação positiva e significativa apenas com a angústia pessoal (r = -0.25, p = 0.001).

Empatia como mediadora da relação entre o narcisismo e pró-sociabilidade

A Figura 1 mostra os efeitos do modelo que conta com o narcisismo explicando a pró-sociabilidade. O modelo testou especificamente cinco caminhos de efeitos diretos. Os quatro primeiros dizem respeito ao efeito direto do narcisismo sobre os três fatores da empatia (e.g., consideração empática, tomada de perspectiva e angústia pessoal) e na pró-sociabilidade. Além disso, os efeitos diretos dos três fatores da empatia na pró-sociabilidade também foram estimados.

A pró-sociabilidade teve 35% da sua variância explicada pelo narcisismo e fatores da empatia. Entre os fatores da empatia, a consideração empática e a tomada de perspectiva tiveram um efeito positivo sobre a pró-sociabilidade, enquanto que o narcisismo teve um efeito negativo. É possível observar ainda que o narcisismo teve um efeito negativo sobre a consideração empática.

A Tabela 2 mostra os efeitos indiretos do narcisismo sobre a pró-sociabilidade. Houve efeito indireto total negativo e significativo, dando evidências da mediação da empatia na relação entre o narcisismo e a pró-sociabilidade. Contudo, analisando individualmente o efeito mediador de cada um dos fatores da empatia, é possível observar que somente a consideração empática teve efeito negativo significativo.

Empatia como mediadora da relação entre o narcisismo e agressão

A Figura 2 mostra os efeitos do modelo que conta com o narcisismo explicando a agressão. O modelo testou especificamente cinco caminhos de efeitos diretos. Novamente, os quatro primeiros dizem respeito ao efeito direto do narcisismo sobre os três fatores da empatia (e.g., consideração empática, tomada de perspectiva e angústia pessoal) e na agressão. Além disso, os efeitos diretos dos três fatores da empatia na agressão também foram estimados.

A agressão teve 17% da sua variância explicada pelo narcisismo e fatores da empatia. Entre os fatores da empatia, a consideração empática e a angústia pessoal tiveram um efeito positivo sobre a agressão, e a tomada de perspectiva teve um efeito negativo. O narcisismo também apresentou efeito direto significativo sobre a agressão.

Modelo de mediação tomando o narcisismo como variável explicadora, os fatores de empatia como variáveis mediadoras e a pró-sociabilidade como variável dependente
Figura 1.
Modelo de mediação tomando o narcisismo como variável explicadora, os fatores de empatia como variáveis mediadoras e a pró-sociabilidade como variável dependente

Nota. * p < 0.05; ** p < 0.01.



Modelo de mediação tomando o narcisismo como variável explicadora, os fatores de empatia como variáveis mediadoras e a agressão como variável dependente
Figura 2.
Modelo de mediação tomando o narcisismo como variável explicadora, os fatores de empatia como variáveis mediadoras e a agressão como variável dependente

Nota. * p < 0.05; ** p < 0.01.



A Tabela 2 mostra os efeitos indiretos do narcisismo sobre a agressão. Não houve efeito indireto total significativo, indicando que a empatia não atua como mediadora da relação entre o narcisismo e a agressão. Também não houve efeito indireto significativo de qualquer um dos fatores da empatia isoladamente.

Discussão

Este estudo teve como objetivo principal investigar o papel mediador da empatia, tomando em conta o narcisismo como variável preditora em dois diferentes modelos, tendo a pró-sociabilidade como variável dependente no primeiro e a agressão no segundo. Os resultados demonstram haver uma correlação positiva entre o narcisismo e todos os fatores da agressão (física, verbal, raiva e hostilidade), corroborando resultados de estudos prévios (Fanti & Henriche, 2015; Golmaryami & Barry, 2010; Kauten & Barry, 2014; Lau & Marsee, 2013). A despeito disso Brown et al. (2009) oferecem uma explicação possível para esta relação, sugerindo que indivíduos narcisistas esperam ser considerados superiores pelos demais e podem se tornar demasiadamente agressivos caso este reconhecimento não ocorra.

Quanto à relação entre o narcisismo e a pró- -sociabilidade, observou-se que essa foi negativa, conforme se esperava. Tais resultados corroboram pesquisas anteriores (Heeper et al., 2014; Konrath et al., 2014), sugerindo que, ao colocar foco excessivo sobre si mesmos, indivíduos narcisistas possuem dificuldades em se engajar em comportamentos que visem beneficiar os outros, sem influências ou pressões externas. Estes achados contradizem aqueles encontrados por Kauten e Barry (2014), que encontraram uma relação positiva entre a pró-sociabilidade e o narcisismo entre adolescentes, mas faz-se necessário observar que estes autores consideraram sete diferentes dimensões do narcisismo, o que limita a possibilidade de comparação com o presente estudo em que o narcisismo foi medido através de um único item (Single-Item Narcissism Scale).

Verificaram-se ainda uma relação negativa entre narcisismo e empatia o que vai ao encontro da literatura quando aponta que uma das características do narcisismo é a baixa empatia (Baskin-Sommers et al., 2014; Heeper et al., 2014; Porcerelli & Sandler, 1995; Watson & Morris, 1991; Wiehe, 2003). Tais achados foram corroborados na análise de caminhos, em que o narcisismo teve efeito negativo sobre a dimensão afetiva (representada pelo fator consideração empática).

Tais resultados divergem daqueles encontrados por Wai e Tiliopoulos (2012), os quais encontraram um padrão de relação diferente entre o narcisismo e as dimensões cognitiva e afetiva da empatia. Estes autores sugerem que o narcisismo estaria associado negativamente a empatia afetiva e positivamente a empatia cognitiva, explicando que esta última permitiria aos indivíduos com altas pontuações em narcisismo utilizar tal habilidade para formular estratégias com as quais eles possam conquistar o que pretendem. Entretanto, os resultados encontrados no presente estudo demonstram que o narcisismo associa-se negativamente à dimensão afetiva da empatia, mas não teve efeito na dimensão cognitiva, sugerindo que o narcisismo pode também estar associado à falta de capacidade de discernir estados emocionais alheios, uma vez que o indivíduo possui um foco excessivo sobre si próprio.

Tabela 2
Efeitos indiretos e totais do narcisismo na pró-sociabilidade e agressão via fatores da empatía
Efeitos indiretos e totais do narcisismo na pró-sociabilidade e agressão via fatores da empatía

Nota.* p < 0.05; ** p < 0.01; → significa ‘mediado por’.

Quanto ao modelo de mediação com a variável dependente pró-sociabilidade, os resultados do presente estudo demonstraram que houve mediação da empatia, evidenciada pela existência de efeitos indiretos do narcisismo sobre a pró-sociabilidade por meio da consideração empática. Era de se esperar que altos escores em empatia levassem a pontuações mais elevadas em pró-sociabilidade, visto que, se o indivíduo possui uma capacidade elevada de compreender as emoções e necessidades do outro, provavelmente se engaja em maior medida em comportamentos de ajuda e partilha, o que corrobora os resultados de Lockwood et al. (2014). Logo, tendo em vista os resultados encontrados, parece pertinente pensar que o narcisismo diminui a probabilidade do indivíduo se engajar em comportamentos pró-sociais, sobretudo pela ausência de empatia, mesmo que todos os fatores que a compõem não estejam envolvidos.

Em relação ao modelo de mediação com a variável dependente agressão, não foram observados efeitos indiretos do narcisismo, tomando os fatores da empatia como mediadores. Contudo é necessário pontuar que o narcisismo apresentou efeitos diretos sobre a pontuação geral de agressão, o que corrobora os achados de estudos prévios (Golmaryami & Barry, 2010; Lau & Marsee, 2013). Acerca disso, Golmaryami e Barry (2010), argumentam que indivíduos mais narcísicos tendem a firmar seu status social por meio de comportamentos agressivos perante a sociedade. A ausência de efeitos indiretos do narcisismo na agressão através da empatia sugere que apenas níveis baixos desta variável não são suficientes para explicar a relação existente entre o narcisismo e a agressão. Até mesmo observando os resultados das correlações não é possível ver um direcionamento claro da relação entre a empatia e a agressão, tendo em vista que houveram correlações positivas e negativas entre os fatores das duas variáveis.

Considerações finais

Considera-se que a presente pesquisa traz uma contribuição importante no que diz respeito às inter-relações dos construtos aqui estudados, uma vez que demonstra além do efeito já apontado pela literatura do narcisismo no comportamento pró-social e na agressão, a combinação da empatia explicando melhor essa relação. Não obstante, esta pesquisa, como qualquer outra, não está isenta de limitações, como por exemplo, a amostra não ter sido probabilística e representativa, bem como, por contar majoritariamente com estudantes de instituições públicas. Convém destacar ainda o fato da pesquisa contar apenas com medidas de autorelato, e por fim, a ausência de um instrumento que controlasse a desejabilidade social. Ademais, é imprescindível destacar ainda a limitação da pesquisa quanto ao fato de não ter dividido a amostra em indivíduos clínicos e não clínicos. Nesse sentido, espera-se que futuras investigações superem essas limitações, bem como que considerem outras variáveis mediadoras e moderadoras, a exemplo da autoestima, inteligência emocional, regulação emocional, ou emoções agressivas (raiva, hostilidade).

Em suma, destaca-se que o conhecimento de que traços de personalidade predispõem a empatia, ou não, e por sua vez no comportamento pró-social é de grande importância quando se deseja compreender esse comportamento. Nesse sentido, espera-se que o presente trabalho possa contribuir no planejamento de intervenções em escolas, universidades, contextos laborais, ou ainda, na clínica, que considerem a personalidade e as habilidades empáticas, de maneira combinada, a fim de reduzir comportamentos inadequados (tais como aqueles relacionados à agressão) promovendo aqueles pró-sociais.

Referências

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Autor notes

a Dirigir correspondência à Jaqueline Gomes Cavalcanti. Endereço: Avenida Aragão e Melo, 861, Torre, João Pessoa, pb, cep.: 58040- 102, Brasil. Correio eletrônico: gomes.jaqueline@gmail.com