Avances en Psicología Latinoamericana
ISSN:1794-4724 | eISSN:2145-4515

Escala de Estereótipos da Criança Adotada (EECA): Elaboração e Evidências Psicométricas

Stereotypes Scale Regarding Adopted Children: Elaboration and Psychometric Evidence

Escala de estereotipos sobre el niño adoptado (EECA): elaboración y evidencias psicométricas

Jérssia Laís Fonseca dos Santos, Patrícia Nunes da Fonsêca, Nájila Bianca Campos Freitas, Ricardo Neves Couto

Escala de Estereótipos da Criança Adotada (EECA): Elaboração e Evidências Psicométricas

Avances en Psicología Latinoamericana, vol. 36, núm. 1, 2018

Universidad del Rosario

Jérssia Laís Fonseca dos Santos

Universidade Federal da Paraíba, Brasil


Patrícia Nunes da Fonsêca *

Universidade Federal da Paraíba, Brasil


Nájila Bianca Campos Freitas

Universidade Federal da Paraíba, Brasil


Ricardo Neves Couto

Universidade Federal da Paraíba, Brasil




Recepção: 01 Março 2017

Aprovação: 12 Agosto 2017

Informação adicional

Cómo citar este artículo: Santos, J. L. F, Fonsêca, P. N., Freitas, N. B. C., Couto, R. C. (2018). Escala de Estereótipos sobre a Criança Adotada (EECA): Elaboração e Evidências Psicométricas. Avances en Psicología Latinoamericana, 36(1), 211-224. doi: https://doi.org/10.12804/revistas.urosario.edu.co/apl/a.5445

Resumo: Esta pesquisa teve como objetivo elaborar uma medida de estereótipos sobre a criança adotada, reunindo evidências de sua validade fatorial e consistência interna. Para isto foram executados dois estudos com a população geral de João Pessoa, Paraíba. O primeiro contou com a participação de 208 pessoas, sendo 52,9 % do sexo feminino, com idade média de 24,6 anos (DP = 7,26), os quais responderam à Escala de Estereótipos sobre a Criança Adotada (EECA) e questões sociodemográficas. Uma análise de componentes principais apontou como adequada uma estrutura com três componentes, que explicou 54,34 % da variância total, apresentando índices de consistência interna satisfatórios: atributos indesejáveis (α = 0,87), atributos desejáveis (α = 0,83) e atributos psicológicos negativos (α = 0,71). No Estudo 2, participaram 245 pessoas, sendo 59,2 % do sexo masculino, com idade média de 25,5 anos (DP = 7,10), os quais responderam à EECA e questões sociodemográficas. Os resultados confirmaram a adequação psicométrica do instrumento, podendo ser empregado como uma medida tridimensional para avaliar os estereótipos sobre a criança adotada.

Palavras-chave: estereótipos, criança adotada, validação, escala.

Abstract: This research aimed to develop an instrument to measure stereotypes about adopted children, gathering evidence of its factorial validity and internal consistency. For this purpose, two studies were carried out with the general population of João Pessoa, in the Brazilian state of Paraíba. The first study had 208 participants, 52.9 % female, with a mean age of 24.6 years (SD = 7.26), who responded to the Stereotypes Scale regarding adopted children (EECA) and sociodemographic questions. An analysis of the main components indicated a suitable three-component structure, which explained 54.34 % of the total variance, presenting satisfactory indices of internal consistency: undesirable attributes (α = 0.87), desirable attributes (α = 0.83) and negative psychological attributes (α = 0.71). The second study had the participation of 2245 people, of whom 59.2% were male, with a mean age of 25.5 years (SD = 7.10), who also responded to the EECA and sociodemographic questions. The results confirmed the psychometric adequacy of the instrument and can be used as a three-dimensional measure to evaluate stereotypes about adopted children.

Keywords: Stereotypes, foster children, validation, scale.

Resumen: Esta investigación tuvo como objetivo elaborar una medida de estereotipos sobre el niño adoptado al reunir evidencias de su validez factorial y consistencia interna. Para esto, fueron realizados dos estudios con la población general de João Pessoa-PB. El primero contó con la participación de 208 personas, siendo 52,9% de sexo femenino, con edad promedio de 24,6 años (DP = 7,26), quienes respondieron a la Escala de Estereotipos sobre el Niño Adoptado (EECA) y cuestiones sociodemográficas. Un análisis de componentes principales señaló como adecuada una estructura de tres componentes, que explicó 54,34 % de varianza total, lo que presentó índices de consistencia interna satisfactorios: atributos indeseables (α = 0,87), atributos deseables (α = 0,83) y atributos psicológicos negativos (α = 0,71). En el Estudio 2 participaron 245 personas, siendo 59,2 % de sexo masculino, con edad promedio de 25,5 años (DP = 7,10), quienes respondieron la EECA y preguntas sociodemográficas. Los resultados confirmaron la adecuación psicométrica del instrumento, pudiendo ser empleado como una nueva medida tridimensional para evaluar los estereotipos sobre el niño adoptado.

Palabras clave: estereotipos, niño adoptado, validez, escala.

Introdução

A adoção é compreendida como um ato afetivo e jurídico que gera laços de paternidade e filiação entre pessoas que não têm parentesco direto sanguíneo (Levizon, 2015). Registros indicam que o ato de adotar é reconhecido há muitos séculos, assumindo significados, características e objetivos distintos ao longo da história e em diferentes culturas (Pereira & Azambuja, 2015).

No Brasil, a adoção está presente desde a época da colonização. A princípio, tal prática, que não era formalizada, tinha como objetivo ajudar os pobres e ter mão de obra gratuita, na medida em que os filhos adotados eram tratados como empregados (Ferreira, 2014). Em 1916, o Código Civil Brasileiro (Lei 3071/1916) sistematizou o instituto da adoção, admitindo-se que apenas pessoas acima de 30 anos poderiam adotar; e se fossem casadas só poderiam adotar após cinco anos de casamento (Pereira & Azambuja, 2015).

Contudo, só a partir da década de 1990, com a vigência do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é que todas as pessoas maiores de 18 anos, independente do estado civil ou de ter filhos ou não, passaram a ter direito de adotar (Pereira & Azambuja, 2015). Em 2009, foi sancionada a Lei Nacional da Adoção (Lei 12.010/2009), que trouxe modificações profundas no ECA, especialmente no que diz respeito a prática da adoção no Brasil. A partir dessa lei, o objetivo principal da adoção passa a ser o de garantir à criança e ao adolescente o direito de crescer em uma família, e não o de resolver o problema de casais que não tinham filhos (Valério & Lyra, 2014).

Embora se reconheça que historicamente a adoção tenha se modificado no âmbito legal, priorizando o direito da criança e do adolescente, ainda se verifica preconceitos e estereótipos na sociedade (Valério & Lyra, 2016). Tal cenário contribui para fortalecer o estereótipo de que adotar crianças pode ser um risco, tendo em vista que elas são vulneráveis ao desenvolvimento de diversos problemas, tais como: comportamentos agressivos e antissociais, associados à herança genética (Goldman, 2014); depressão e ansiedade, provavelmente em vista de terem vivenciado maus tratos (Gomez & Bazon, 2014); e ainda ao uso de substâncias ilícitas, possivelmente em virtude de a mãe ter utilizado de forma abusiva tais drogas durante a gestação (Noal, Menezes, Araújo & Hallal, 2010).

Nesse sentido, pesquisas enfatizam que os filhos adotados são mais propensos a desenvolverem problemas emocionais, comportamentais e acadêmicos. Um estudo realizado nos Estados Unidos por Simmel (2007) com 293 crianças adotadas constatou que essas apresentavam um maior risco de problemas de internalização, tais como ansiedade e depressão. Consistente com esses resultados, alguns estudos de meta-análise sobre adoção (Juffer & Van IJzendoorn, 2007; Van den Dries, Juffer, Van IJzendoorn & Bakermans-Kranenburg, 2009; Van IJzendoorn & Juffer, 2006) verificaram a diferença entre crianças adotadas e não adotadas, evidenciando níveis mais elevados de problemas de internalização entre os adotados. Os fatores de riscos mais graves para o desenvolvimento desses problemas, de acordo com os estudos, referem-se ao fato de as crianças adotadas terem sido expostas às situações adversas, principalmente abuso sexual, negligência e a colocação em múltiplas instituições de acolhimento.

Wiik et al. (2011), em um estudo com crianças adotadas e não adotadas, verificaram que os grupos de crianças adotadas apresentaram níveis mais elevados de problemas de externalização, manifestando com maior frequência agressividade e impulsividade. Em concordância com esses resultados, Hawk & McCall (2010) analisaram 18 estudos sobre o desenvolvimento de crianças adotivas, identificando que até mesmo aquelas adotadas logo cedo (após 6/18 meses) apresentaram pontuações mais altas em medidas de comportamentos agressivos do que aquelas não adotadas. Nesses casos, o desenvolvimento destes comportamentos está relacionado, sobretudo, à falta de cuidado e atenção nas instituições acolhedoras.

A respeito de problemas de aprendizagem, Dugnani (2009), em uma pesquisa realizada com crianças adotadas entre dois e seis anos, verificou que a dificuldade escolar mais frequente estava relacionada à falta de concentração no ambiente escolar. Resultados semelhantes foram encontrados no estudo realizado por Schettini (2007), constatando que as dificuldades de aprendizagem mais citadas estão relacionadas ao Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).

Portanto, verifica-se que grande parte dos estudos referentes à adoção focalizaram nos comportamentos socialmente inadequados e, sobretudo, nas dificuldades das crianças adotadas, ou seja, em aspectos exclusivamente negativos, deixando de ressaltar que tais problemas podem ocorrer em filhos independentes da adoção. Assim, há carência de estudos que abordam casos bem sucedidos de adoção, de modo que se possa romper com estereótipos negativos acerca da temática.

Partindo desse pressuposto é relevante discutir os estereótipos sobre a criança adotada. Nesse sentido, estereótipos referem-se à crenças e atributos compartilhados sobre um grupo ou pessoas. Tais crenças são generalizadas, assim, são atribuídas características idênticas a praticamente todos os membros de um grupo (Aronson, Wilson & Akert, 2015).

Desse modo, tendo em conta o estereótipo como uma crença, é considerado o componente cognitivo do preconceito, o qual é formado também por um componente afetivo (emoções) e por um componente comportamental (discriminação). Portanto, pode-se afirmar que o estereótipo é a base cognitiva para o preconceito e a discriminação (Perez-Nebra & Jesus, 2011).

Não obstante, Aronson, Wilson & Akert (2015) consideram que os estereótipos podem ser tanto positivos quanto negativos, podendo estar relacionados à características físicas (e.g. loiras são bonitas), mentais (e.g. atletas são estúpidos) ou ocupacionais (e.g. japoneses são trabalhadores).

No caso das crianças adotadas, geralmente são compartilhados estereótipos negativos, tais como problemáticas, revoltadas, que carregam um “trauma” por terem sido abandonadas (Weber, 1998, 2011). Um estudo sobre os significados ligados à adoção, realizado por Valério & Lyra (2014), demonstrou que ainda prevalece o discurso de que o filho adotivo sempre apresenta problemas ou que não ter laço sanguíneo pode ser um problema. Corroborando, Ferreira (2014) aponta que a devolução de crianças adotadas se torna comum, tendo em vista que elas apresentam problemas evidentes, sobretudo em relação à confusão de identidade.

Ademais, encontram-se diversas pesquisas, tanto no âmbito nacional (Pereira, 2013; Siqueira & Stella, 2014; Valério & Lyra, 2016; Veloso, Zamoura & Rocha-Coutinho, 2016; Zanetti, Oliveira & Gomes, 2013), quanto no âmbito internacional (Bartholet, 2006; Garber & Grotevant, 2015; Griffith & Bergeron, 2006), apontando que a adoção está atrelada a uma complexa rede de estereótipos negativos e preconceitos. No entanto, não foram encontrados instrumentos que investigassem os estereótipos sobre a criança adotada, o que demonstra uma lacuna de medidas psicométricas relativas ao tema.

Sendo assim, com o propósito de preencher tal lacuna, a presente pesquisa teve como objetivo elaborar uma medida de estereótipos sobre a criança adotada, reunindo evidências de sua validade fatorial e consistência interna. Para tanto, foram desenvolvidos dois estudos, os quais serão descritos nas próximas seções.

Estudo 1

Este estudo pretendeu elaborar a Escala de Estereótipos sobre a Criança Adotada (EECA), reunindo evidências de validade e consistência interna.

Método

Elaboração dos itens

Inicialmente, foi realizada uma busca de artigos científicos, em janeiro de 2016, nas bases de dados nacionais Scielo e Index Psi, utilizando as palavras-chave “adoção” e “criança”, sem delimitar data ou área de estudo. Assim, foram encontrados 199 artigos, sendo 132 do Index Psi e 67 do Scielo. No entanto, para a consideração dos artigos nessa etapa, os títulos e resumos foram lidos, mantendo-se apenas aqueles que abordassem sobre percepções, estereótipos ou preconceitos relacionados à adoção de crianças. Restaram 34 artigos, sendo 27 do Index Psi e sete do Scielo. Os artigos foram lidos na íntegra pelos autores e discutidos em grupo de estudo, com o objetivo de compreender e extrair dos textos os principais estereótipos atribuídos à criança adotada. Desse modo, foram elaborados 40 itens, incluindo estereótipos positivos e negativos, relacionados a três aspectos: sociais, psicológicos e acadêmicos.

Em seguida os itens foram submetidos a análise de juízes e, posteriormente, a análise semântica, conforme critérios estabelecidos pela psicometria (Pasquali, 2011). A análise de juízes objetivou estabelecer a pertinência dos itens ao traço latente (variável não observada) a que teoricamente se refere. Ao final, foram mantidos os itens que apresentaram a concordância de pelo menos 80 % dos juízes. Para esta etapa foram convidados quatro especialistas, sendo três mestres e um doutor, que tinham conhecimento teórico/prático com o tema da pesquisa (adoção) e com os procedimentos de elaboração de instrumentos psicométricos.

Para a análise semântica da escala contou-se com a colaboração de 20 pessoas da população geral, seguindo os detalhes referente ao processo de avaliação sugerido por Pasquali (2011), estes foram compostos por pessoas com Ensino Fundamental incompleto e também com Ensino Superior completo, ademais estavam distribuídos equitativamente entre homens e mulheres. Nesta etapa, verificou-se o nível de compreensão em relação aos itens e às instruções para responder o instrumento. Considerando que não houve nenhum questionamento por parte dos participantes, manteve-se a versão proposta.

Participantes

A amostra foi composta por 208 pessoas da população geral da cidade de João Pessoa (PB). Superou-se assim o critério “razão itens/sujeito”, que indica uma proporção de cinco participantes, no mínimo, para cada item que constitui a escala, mostrando-se, portanto, adequado para um levanta-mento de análises psicométricas (Pasquali, 2012). Os participantes tinham entre 18 e 54 anos (M = 24,6; DP = 7,26), sendo a maioria do sexo feminino (52,9 %), solteira (84,1 %), com Ensino Superior incompleto (77,9 %) e católica (38 %).

Instrumentos

Os participantes foram solicitados a responderem um livreto contendo duas medidas:

Escala de Estereótipos sobre a Criança Adotada. Construída com base na literatura sobre a adoção supracitada, especificamente sobre os atributos das crianças adotadas. Compreende uma versão experimental, composta inicialmente por 40 características, sendo 20 positivas e 20 negativas que descrevem as crianças adotadas em três aspectos: sociais (e.g., comunicativas; antissociais; mal educadas), psicológicos (e.g., tímidas; seguras; ansiosas) e acadêmicos (e.g., estudiosas; esforçadas; indisciplinadas). Estes são respondidos em uma escala Likert de cinco pontos, variando de 1 = Discordo Totalmente a 5 = Concordo Totalmente.

Questionário sociodemográfico. Com o objetivo de caracterizar a amostra, foram solicitadas questões referentes à idade, sexo, estado civil, escolaridade e religião.

Procedimento

Prévia a aplicação do instrumento, a pesquisa foi aprovada (Parecer nº 019/102016) pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEP) do Centro de Ciências da Saúde, da Universidade Federal da Paraíba (CAAE: 53232816.0.0000.5188).

Os instrumentos foram formulados na versão lápis e papel, sendo respondidos individualmente em locais públicos (e.g., praças, shoppings, ruas). Cada respondente consentiu sua participação por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE, sendo garantido o anonimato de suas respostas e a participação voluntária, obedecendo as diretrizes éticas que regem as pesquisas com seres humanos da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Os participantes levaram, em média, cerca de 10 minutos para responder ao questionário. Ao final da aplicação, foi concedido o endereço eletrônico (e-mail do pesquisador responsável) através do qual os participantes poderiam obter informações adicionais acerca do estudo.

Análise dos dados

Com o SPSS (versão 21) foram efetuadas análises descritivas para caracterizar os participantes do estudo; teste t de Student para avaliar o poder discriminativo dos itens, análise de componentes principais (ACP), por não ter hipótese de quantas dimensões poderiam ser extraídas da escala (Damásio, 2012); e a consistência interna, através do alfa de Cronbach, dos componentes encontrados. Além disso, considerando que os critérios de Kaiser (valor próprio igual ou superior a 1) e Cattell (distribuição gráfica dos valores próprios) tendem a maximizar o número de componentes a extrair, decidiu-se efetuar uma análise paralela (Hayton, Allen & Scarpello, 2004), por ser considerada uma estratégia mais robusta.

Resultados

Incialmente, buscou-se verificar se os itens da EECA discriminaram os participantes com pontuações próximas. Assim, foram criados grupos-critérios superior e inferior, considerando as pontuações totais (somatório da pontuação de todos os itens da escala) abaixo e acima da mediana empírica (2,95; Pasquali, 2011). Definidos os grupos, efetuaram-se testes t de Student para amostras independentes. Os resultados mostraram que os itens 29 (p = 0,11); 30 (p = 0,62); 33 (p = 0,09); 34 (p = 0,09); 35 (p = 0,18); 36 (p = 0,62); 37 (p = 0,25); e 38 (p = 0,92) não discriminaram os participantes com pontuações próximas, à medida que estes apresentaram p > 0,05, sendo, portanto, excluídos.

Posteriormente, procurou-se conhecer a viabilidade de realizar uma análise de componentes principais (ACP), empregando-se o índice Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) e o Teste de Esfericidade de Bartlett. Os resultados permitiram corroborar a adequação da matriz de correlação, tendo sido observados os seguintes valores: KMO = 0,84; Teste de Esfericidade de Bartlett, χ² (496) = 3064,35; p < 0,001. Sendo assim, optou-se por realizar uma análise de componentes principais (ACP) sem fixar o número de componentes extraídos e a rotação. Assim, foi possível encontrar sete componentes, levando-se em conta o critério de Kaiser, isto é, o valor próprio (eingenvalue) igual ou superior a 1, explicando 61,23 % da variância total. Porém, de acordo com a distribuição gráfica dos valores próprios (critério de Catell), admitiu-se uma solução com até três componentes.

Para dirimir qualquer dúvida referente a quantidade de componentes, efetuou-se uma análise paralela, que compreende um procedimento mais confiável e robusto (Hayton et al., 2004). Considerando 1.000 bancos de dados que simularam o presente estudo, isto é, 208 participantes e 32 itens, os valores próprios gerados aleatoriamente foram comparados com os obtidos na análise de componentes principais, confirmando a presença de três componentes. Logo, pareceu mais adequado assumir uma estrutura tridimensional para esta medida, haja vista que os três primeiros eigenvalues (valores próprios) da ACP (7,59; 5,09 e 2,05) foram superiores aos da análise paralela (1,81; 1,70 e 1,62), ocorrendo o contrário após o quarto valor (1,36 < 1,55).

Nesse sentido, decidiu-se realizar uma nova análise, desta vez, fixando a extração de três componentes e utilizando rotação varimax. Tal escolha se baseou na facilidade de interpretação da estrutura e a possibilidade de considerar independentemente os três componentes (Damásio, 2012). Os resultados desta análise são mostrados na Tabela 1.

Tabela 1
Estrutura Fatorial da Escala de Estereótipos sobre a Criança Adotada – EECA
Estrutura Fatorial da Escala de
Estereótipos sobre a Criança Adotada – EECA

Nota: *Cargas fatoriais consideradas para definir o item como pertencente ao componente. I - Atributos indesejáveis; II - Atributos indesejáveis; III - Atributos psicológicos negativos.


Como pode ser observado na Tabela 1, os três componentes explicam, conjuntamente, 54,34% da variância total. Com o fim de definir o item como pertencente ao componente, assumiu-se que ele deveria apresentar carga fatorial mínima de |0,35|, sendo superior ao ponto de corte sugerido pela literatura (Pasquali, 2012). De tal modo, foram saturados 28 itens.

No entanto, partindo do princípio da parcimônia (Volpato, 2007) optou-se por contar com uma versão reduzida deste instrumento, além de considerar um número igual de itens para representar cada componente. Assim, reduziu-se cada componente a seis itens, escolhendo aqueles com maiores cargas fatoriais. Os componentes encontrados podem ser descritos como seguem.

Componente I. Este componente apresentou valor próprio igual a 4,70, correspondendo à explicação de 26,12 % da variância total. Os seis itens apresentaram cargas fatoriais variando de 0,68 (ingratas) a 0,84 (indisciplinadas); os demais itens foram: problemáticas, desinteressadas, revoltadas e impulsivas. Nesse sentido, pareceu adequado defini-lo como atributos indesejáveis, referindo-se às avaliações negativas que a sociedade faz em relação às características das crianças adotadas. Sua consistência interna (alfa de Cronbach) foi de 0,87, compreendendo assim, o conteúdo dos itens que o representam.

Componente II. Este componente apresentou um valor próprio de 3,49 e explicou 19,39% da variância total. Constituído por seis itens com cargas fatoriais de 0,67 (sociáveis) a 0,73 (esforçadas); os demais itens foram: inteligentes, disciplinadas, comunicativas e estudiosas. Portanto, decidiu-se nomeá-lo como atributos desejáveis, uma vez que se refere às avaliações positivas que as pessoas fazem em relação às características apresentadas pelas crianças adotadas. Ele apresentou um alfa de Cronbach adequado (α = 0,83).

Componente III. Este último componente compreendeu seis itens, atendendo ao critério previamente adotado. Apresentou valor próprio igual a 1,58, permitindo explicar 8,81 % da variância total. Os seis itens deste componente apresentaram cargas fatoriais entre 0,54 (solitárias) e 0,60 (ansiosas); os outros itens com cargas satisfatórias foram dependentes, inseguras, tímidas e frias, o que permitiu defini-lo como atributos psicológicos negativos. Esse componente apresentou as características psicológicas negativas apresentadas em relação às crianças adotadas e um alfa de Cronbach igual a 0,71.

Em resumo, observa-se uma estrutura com três dimensões para a medida de estereótipos sobre a criança adotada. Esses resultados parecem indicar evidências de validade fatorial e consistência interna da Escala de Estereótipos sobre a Criança Adotada. Não obstante, reconhece-se o caráter estritamente exploratório das estatísticas empregadas. Logo, cabe conhecer em que medida a estrutura final de 18 itens (com alfa de Cronbach de 0,80) é replicada em amostra independente, demandando-se um novo estudo.

Estudo 2

Este estudo objetivou comprovar a estrutura tridimensional da escala observada no Estudo 1, realizando uma análise fatorial confirmatória. Este procedimento permitiu testar de maneira mais consistente a validade fatorial da Escala de Estereótipos sobre a Criança Adotada, empregando recursos de modelagem por equações estruturais.

Método

Participantes

Contou-se com uma amostra não-probabilística de 245 pessoas da população geral da cidade de João Pessoa (PB). Estas tinham idade entre 18 e 55 anos (m = 25,5; DP = 7,10), sendo a maioria do sexo masculino (59,2 %), solteira (76,7 %), com Ensino Superior incompleto (71,0 %) e adepta a religião católica (37,6 %).

Instrumentos e procedimentos

Todos os participantes responderam o mesmo questionário descrito no Estudo 1, constituí-do pela Escala de Estereótipos sobre a Criança Adotada (EECA), em sua versão reduzida e informações sociodemográficas. Seguiram-se as mesmas instruções acerca de como responder e o procedimento de aplicação.

Análise de dados

Além do SPSS, usado para calcular o alfa de Cronbach e Confiabilidade Composta, empregou-se o software amos, em sua versão 21, para a realização de uma análise fatorial confirmatória. O ajuste do modelo foi verificado em função dos seguintes indicadores (Byrne, 2010; Hair, Black, Babin & Anderson, 2015; Tabachnick & Fidell, 2013): (i) χ² (Qui-quadrado) / gl (Graus de liberdade), admitindo-se um valor de até cinco como indicativo de ajustamento adequado; (ii) Comparative Fit Index (CFI), cujos valores iguais ou superiores a 0,90 indicam ajustamento adequado; (iii) Tucker-Lewis Coefficient (TLI), admitindo-se valores entre 0,80 e 0,90 e considerando-se satisfatórios próximos a 1,00; e (iv) Root-Mean-Square Error of Approximation (RMSEA) e seu intervalo de confiança de 90 % (IC90 %), sendo recomendáveis valores entre 0,05 e 0,08, embora sejam aceitos até 0,10.

Ademais, especificamente com a finalidade de comparar os modelos alternativos, consideraram-se os seguintes critérios: o Consistent Akaike Information Criterion (CAIC) e o Expected Cross-Validation Index (ECVI), além da diferença entre os qui-quadrados e os respectivos graus de liberdade dos modelos, um valor Δχ² com um p < 0,05 ratifica melhor ajuste do modelo com menor qui-quadrado.

Resultados

Buscou-se testar a comprovação da estrutura da EECA, segundo a versão proposta no Estudo 1, composta por 18 itens. Para tanto, realizou-se uma Análise Fatorial Confirmatória (AFC), tendo como matriz de entrada a de variância-covariância, adotando o estimador ML (Maximum Likelihood). Os resultados dão suporte razoáveis para a estrutura da EECA, constituída por três dimensões, cada uma com seis itens, apresentando indicadores de ajustes aceitáveis: χ² (132) = 380,75; p < 0,001; χ²/gl = 2,88, CFI = 0,86, TLI = 0,84 e RMSEA = 0,08 (IC90 % = 0,078 – 0,098).

Não obstante, verificando os IMS (Índices de Modificação), algumas modificações poderiam fazer o modelo mais adequado. Especificamente, decidiu-se correlacionar os erros de medida entre os itens 25 (sociáveis) e 27 (comunicativas); 27 (comunicativas) e 26 (inteligentes); e 7 (ingratas) e 18 (esforçadas), tendo-se em conta que apesar destes dois itens pertencerem a duas dimensões diferentes no modelo, justifica-se, pois, fazem referência a construtos teoricamente semelhantes (comportamentos; Maroco, 2014). Desta forma, percebe-se que a estrutura fatorial da EECA obtém melhores índices de ajuste aos dados, considerados aceitáveis: χ²/gl = 2,46, CFI = 0,90, TLI = 0,88 e RMSEA = 0,07 (IC90% = 0,067 - 0,088). A estrutura fatorial correspondente pode ser vista na Figura 1.

Modelo de equação estrutural da Escala
de Estereótipos sobre a Criança Adotada (EECA)
Figura 1
Modelo de equação estrutural da Escala de Estereótipos sobre a Criança Adotada (EECA)


Como é possível observar na Figura 1, todos os itens da EECA apresentaram pesos fatoriais (Lambdas – λ) positivos, além de demonstrarem ser estatisticamente diferentes de zero (0; t > 1,96, p < 0,05). Portanto, os índices de bondade de ajuste evidenciam uma estrutura tridimensional da medida de estereótipos sobre a criança adotada.

Esse modelo mostra-se adequado, tendo apresentado em suas três dimensões, índices de Confiabilidade Composta (CC) satisfatórios (dimensão 1 = 0,87; dimensão 2 = 0,84; dimensão 3 = 0,78). Ademais, a consistência interna, estimada pelo alfa de Cronbach, apresentou valores iguais a 0,87, 0,83 e 0,71 para as dimensões um, dois e três, respectivamente, indicando uma precisão adequada (Pasquali, 2011).

Não obstante, decidiu-se ainda verificar a pertinência do modelo proposto, com três dimensões, quando comparado a modelos alternativos. Desta forma, o modelo tridimensional foi contrastado com modelos alternativos baseados na literatura: (i) modelo bidimensional, levado em conta que os estereótipos podem ser tanto positivos quanto negativos (Aronson et al., 2015), os itens foram distribuídos em duas dimensões (dimensão 1: união dos itens que compõe as dimensões 1 e 3 da EECA; dimensão 2: itens que compõe a dimensão 2 da EECA); e (ii) modelo unidimensional, considerando que os estereótipos são crenças generalizadas de um determinado grupo social (Aronson et al., 2015), todos os itens foram saturados em uma única dimensão. Na Tabela 2 são expostos os índices de bondade de ajuste para cada modelo testado.

Tabela 2
Índices de bondade de ajuste para os modelos alternativos da EECA
Índices de bondade de ajuste para os modelos alternativos da EECA

Nota: Modelos tridimensional (original), bidimensional (modelo teórico proposto) e unidimensional (todos os 18 itens saturando em uma única dimensão). * Δχ² significativos


De acordo com a tabela 2, o modelo 1 com três dimensões apresentou os resultados mais promissores, o qual descreve a estrutura original, encontrada e confirmada nos estudos da EECA, sendo estatisticamente superior aos modelos bidimensional e unidimensional. Portanto, fica evidente que o modelo com três dimensões é o mais adequado para representar os estereótipos sobre a criança adotada.

Em resumo, apresenta-se um instrumento tridimensional para avaliar os estereótipos sobre a criança adotada, mais parcimonioso e que assegura parâmetros psicométricos aceitáveis com o fim de pesquisa.

Discussão

Considerando que não foi encontrado nenhum instrumento de mensuração dos estereótipos sobre a criança adotada em periódicos nacionais e internacionais, justificou-se a realização do presente estudo, cujo objetivo principal foi elaborar uma medida para avaliar tais estereótipos, procurando reunir evidências psicométricas. Frente aos resultados ora reportados, confia-se que o mesmo tenha sido alcançado.

No que diz respeito à estrutura interna da escala, os dados obtidos nas análises de componentes principais e na confirmatória permitiram indicar que a EECA é uma medida tridimensional, apresentando bons índices de ajuste (Hair et al., 2015; Pasquali, 2012). Os índices de consistência interna das três dimensões, calculados pelo alfa de Cronbach e pela Confiabilidade Composta, mostraram-se satisfatórios, tanto no Estudo 1 quanto no Estudo 2 (Pasquali, 2012).

A dimensão atributos indesejáveis, agrupou itens que representam estereótipos negativos relacionados às características das crianças adotadas. Concordando com vários estudos (Dias, Silva & Fonseca, 2008; Lipscomb et al., 2012; Wikk et al., 2011), os quais apontam que as crianças adotadas são propensas a desenvolverem problemas de externalização, tais como agressividade, impulsividade, indisciplina. Weber (2011) destaca também a percepção que, geralmente, a sociedade tem destas crianças, as quais são tidas como problemáticas, revoltadas e ingratas com quem lhes acolheu.

Em contrapartida, de acordo com Barone, Lionetti e Green (2017) as crianças após serem adotadas são percebidas como mais comunicativas, seguras e sociáveis. Weber (2011) destaca que estas são afetivas com seus pais, comunicativas e não apresentam problemas comportamentais e acadêmicos. Nesse sentido, a dimensão atributos desejáveis, expressa os estereótipos positivos que a sociedade tem em relação às crianças adotadas.

A dimensão atributos psicológicos negativos reuniu itens que representam estereótipos negativos relacionados as características psicológicas das crianças adotadas. Conforme apontado pela literatura (Hawk & McCall, 2010; Juffer & Van Ijzendoorn, 2007; Simmel, 2007), as crianças adotadas, sobretudo aquelas que experimentaram alguma adversidade ou trauma antes de serem inseridas na família adotiva, tendem a apresentar internalização de problemas, tais como ansiedade, depressão e insegurança.

Diante do exposto, percebe-se que as crianças adotadas ainda são vistas pela sociedade de forma preconceituosa, tendo em conta que das três dimensões evidenciadas, duas delas apresentam apenas atributos negativos. Tais resultados mostram-se condizentes com as pesquisas de Weber (1998, 2011), as quais apontam que as pessoas apresentam uma visão limitada e errônea acerca da adoção, sobretudo em relação aos filhos adotivos, vistos como problemáticos, revoltados e que carregam um trauma por terem sido abandonados. Com isso, tornam-se mais propensos a desenvolver problemas emocionais, comportamentais e de aprendizagem (Schettini, 2007).

No geral, parece adequado afirmar que a EECA possui índices psicométricos satisfatórios que poderão ser utilizadas em pesquisas que tenham, respectivamente, como foco conhecer os estereótipos sobre as crianças adotadas, suprindo, assim, a carência na literatura nacional. Além disso, tal instrumento pode servir como ferramenta de avaliação de profissionais que trabalham com adoção, no sentido de identificar os estereótipos que as pessoas atribuem as crianças adotadas e se estes influenciam na decisão de quererem ou não adotar. Instrumentos como este podem ainda ser incluídos em grupos de apoio à adoção para que se possam promover discussões a respeito das crianças adotadas, de tal modo que se possa desmitificar crenças, medos e preconceitos que envolvem a adoção.

Embora os resultados tenham sido alcançados, ressalta-se que este estudo, a exemplo de qualquer outro estudo científico, não está isento de limitações. Por exemplo, o fato da medida utilizada ter sido de autorrelato pode ter introduzido efeitos de desejabilidade social nos dados. Outro ponto que deve ser ressaltado refere-se à generalização dos resultados, na medida em que a amostra adotada foi de conveniência (Tabachnick & Fidell, 2013), o que restringe as possibilidades de generalização dos achados. Porém, pondera-se que este estudo não pretendeu generalizar os resultados, mas avaliar os parâmetros psicométricos de uma medida específica.

Deste modo, sugere-se que estudos futuros utilizem amostras maiores e mais heterogêneas, de preferência representativas da população de interesse. Em investigações posteriores a carência de instrumentos na área e ausência de validade externa, podem ser supridas com aplicações de medidas, em conjunto, que avaliem outras variáveis (e.g. personalidade, valores humanos, atitudes, altruísmo), além de seguir avançando com o refinamento da escala através de outras análises, a exemplo da invariância fatorial. Tornam-se também necessárias a realização de pesquisas que busquem mensurar os estereótipos sobre a criança adotada por meio de medidas implícitas, a fim de minimizar os efeitos da desejabilidade social. Ainda assim, as evidências iniciais de validade obtidas no presente estudo recomendam o uso da escala em investigações futuras destinadas a avaliar os estereótipos sobre a criança adotada.

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