Avances en Psicología Latinoamericana
ISSN:1794-4724 | eISSN:2145-4515

Fatores protetivos e de risco na transição para a vida adulta nas cinco regiões brasileiras

Protective and Risk Factors during the Transition to Adulthood in the Five Brazilian Regions

Factores de protección y de riesgo en la transición para la vida adulta en cinco regiones brasileras

Luciana Dutra-Thomé, Vanessa Barbosa Romera Leme, Anderson Siqueira Pereira, Ana Cristina Garcia Dias, Silvia Helena Koller, Emily Souza Gaião e Albuquerque

Fatores protetivos e de risco na transição para a vida adulta nas cinco regiões brasileiras

Avances en Psicología Latinoamericana, vol. 35, núm. 3, 2017

Universidad del Rosario

Luciana Dutra-Thomé

Universidade Federal da Bahia (UFBA), Brasil


Vanessa Barbosa Romera Leme

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Brasil


Anderson Siqueira Pereira

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Brasil


Ana Cristina Garcia Dias

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Brasil


Silvia Helena Koller

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Brasil


Emily Souza Gaião e Albuquerque

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Brasil




Recepção: Fevereiro 02, 2016

Aprovação: Outubro 27, 2016

Informação adicional

Cómo citar este artículo: Dutra-Thomé, L., Leme, V. B. R., Pereira, A. S., Dias, A. C. G., Koller, S. H., Gaião, E. S. (2017). Fatores protetivos e de risco na transição para a vida adulta nas cinco regiões brasileiras. Avances en Psicología Latinoamericana, 35(3), 485-499. doi: https://doi.org/10.12804/revistas.urosario.edu.co/apl/a.4525

Resumo: Este estudo objetivou caracterizar adultos emergentes brasileiros nas cinco regiões do país, considerando variáveis demográficas, laborais e educacionais; e investigar associações entre fatores de proteção (conexão com a instituição de ensino e família) e de risco (eventos estressores) com autoestima e autoeficácia. Trata-se de pesquisa exploratória descritiva de caráter transversal. A amostra foi composta por 1996 participantes, entre 18 e 29 anos. Foram encontradas associações positivas entre conexão com a família e autoeficácia e autoestima positiva, e negativas com a autoestima negativa. Os eventos estressores se relacionaram negativamente com a autoeficácia e não se relacionaram com autoestima. Tais achados indicam a influência dos fatores de proteção e risco sobre a autoeficácia e a autoestima dos adultos emergentes nas cinco regiões brasileiras. Ressalta- se a família e as instituições educacionais como espaços protetivos na promoção do desenvolvimento de jovens em transição para a vida adulta, particularmente em regiões com problemas mais evidentes de acesso à educação e ao trabalho.

Palavras-chave: adultez emergente, Jovens, Fatores protetivos e de risco, Autoestima, Autoeficácia.

Abstract: This study aimed to characterize Brazilian emerging adults in the five regions of the country, considering demographic, labor and educational variables; investigate associations between protective factors (connection with family and educational institution) and risk (stressful events) with self-esteem and self-efficacy. It is a descriptive exploratory cross-sectional study. The sample consisted of 1996 participants aged between 18 and 29 years. There were positive associations between connection with the family and self-efficacy and positive self-esteem, and negative associations with negative self-esteem. The stressful events were negatively associated with self-efficacy and not correlated with self-esteem. These findings indicate the influence of protective factors and risk on the self-efficacy and self-esteem of emerging adults in the five Brazilian regions. It emphasizes the family and educational institutions as protective spaces in promoting the development of young people in transition to adulthood, particularly in regions with the most prominent problems of access to education and work.

Keywords: Emerging adulthood, youth, protective and risk Factors, self-esteem, self-efficacy.

Resumen: Este estudio tuvo como objetivo caracterizar adultos emergentes brasileños en las cinco regiones del país, considerando variables demográficas, laborales y educacionales; e investigar asociaciones entre factores de protección (conexión con la institución educativa y la familia) y de riesgo (eventos estresores) con autoestima y autoeficacia. Se trata de una investigación exploratoria descriptiva de carácter transversal. La muestra fue compuesta por 1996 participantes, entre 18 y 29 años. Fueron encontradas asociaciones positivas entre la conexión con la familia y autoeficacia y autoestima positiva, y negativas con la autoestima negativa. Los eventos estresores se relacionaron negativamente con la autoeficacia y no se relacionaron con la autoestima. Tales resultados indican la influencia de los factores de protección y riesgo sobre la autoeficacia y la autoestima de los adultos emergentes en las cinco regiones brasileñas. Se destacan las familias y las instituciones educativas como espacios protectores en la promoción del desarrollo de jóvenes en transición para la vida adulta, particularmente en regiones con problemas más evidentes de acceso a la educación y al trabajo.

Palabras clave: adultez emergente, jóvenes, factores de protección y de riesgo, autoestima, autoeficacia.

Transformações econômicas, sociais e culturais ocorridas nas últimas décadas nas sociedades ocidentais suscitaram alterações na transição para a vida adulta. Desenvolveu-se a teoria da Adultez Emergente (AE), que busca compreender aspectos do desenvolvimento de pessoas entre 18 e 29 anos em sociedades industrializadas (Arnett, 2011). Mudanças tecnológicas e sócio-históricas levaram os jovens a um maior investimento na formação educacional/laboral e um maior interesse na exploração da identidade (ex.: casamento, filhos e trabalho estável; Arnett & Eisenberg, 2007). Considera-se que cinco características demarcam a AE: (i) exploração da identidade; (ii) instabilidade; (iii) foco em si mesmo; (iv) ambivalência; (v) possibilidades/otimismo (Arnett, 2011). Determinados aspectos da AE parecem estar subordinadas a questões culturais, e não se sabe em que medida essa teoria retrata ou pode ser aplicada a grupos e contextos diferentes (Arnett & Eisenberg, 2007; Galambos & Martinez, 2007). No Brasil, estudo sobre AE com jovens de Níveis Socioeconômicos (NSEs) alto e baixo, encontrou que a AE tinha maior probabilidade de estar sendo vivenciada em contextos de NSE alto. Para definição de NSE foi utilizada a classificação socioeconômica da Associação Brasileira de Institutos de Pesquisa de Mercado (ABIPEME, 2008). Essa classificação atribui escores para itens de conforto doméstico (como máquina de lavar, geladeira e televisão) e o nível educacional do chefe de família. Jovens de NSE baixo geralmente assumem responsabilidades adultas desde a adolescência, inserindo-se prematuramente no mercado de trabalho (Guimarães & Romanelli, 2002; Marques, Neves, & Carvalho Neto, 2002). Eles têm menos chances de viver um período prolongado de exploração de suas identidades, o que dificulta a vivência da AE (Dutra-Thomé & Koller, 2014). Entretanto, independentemente do NSE, sabe-se que os adultos emergentes são um grupo vulnerável por sua busca incessante por novas experiências, o que os leva comportamentos de risco como sexo desprotegido e abuso de drogas (Arnett, 2011). Justifica-se, portanto, o desenvolvimento desta pesquisa, por investigar como fatores de risco e de proteção influenciam a autoestima e a autoeficácia desse grupo, aspectos que constituem o autoconceito dos jovens e influenciam seus comportamentos em diferentes âmbitos de suas vidas.

A AE se manifesta de formas diferentes de acordo com o contexto social e de desenvolvimento dos indivíduos. Tais distinções resultam da interação de diversos elementos, entre eles, fatores de risco ou de proteção. Fatores de risco acentuam a possibilidade do desenvolvimento de dificuldades de ordem social, comportamental, psicológica e física (Koller, Morais, & Cerqueira-Santos, 2009), como obstáculos para inserção no mercado de trabalho, baixo nível educacional e preconceito (Câmara, Sarriera, & Pizzinato, 2004; IBGE, 2011). Já os fatores protetivos são características individuais e/ou ambientais que minimizam os efeitos da situação de risco (Garmezy, 1983); são classificados em três grupos: (i) atributos disposicionais pessoais (ex.: autoestima e crenças de autoeficácia); (ii) laços afetivos no sistema familiar e/ou em outros contextos que proveem apoio emocional; e (iii) sistemas de rede de suporte social (Masten & Garmezy, 1985).

A autoeficácia e autoestima são comumente relacionadas com bons resultados escolares e também atuam na prevenção de problemas socioemocionais na transição para a vida adulta (Masten et al., 2004; Obradovic, Burt & Masten, 2006; Sbicigo, Teixeira, Dias & Dell’Aglio, 2012). A percepção de autoeficácia, que compreende a confiança nas capacidades próprias para empreender ações e planos necessários para ter sucesso, desempenha um papel importante no enfrentamento das adversidades (Bandura, 1989), e tem sido avaliada tanto como um construto amplo (Sbicigo, Teixeira, Dias & Dell’Aglio, 2012), quanto aplicado à áreas específicas, como escolha profissional (Ambiel, Noronha & Santos, 2011) e atividades ocupacionais (Nunes & Noronha, 2008). Crenças de autoeficácia são associadas a melhores níveis de autoestima e, ambos, parecem exercer efeito protetor em diferentes etapas do ciclo vital (Sbicigo et al., 2012). Assim, tais construtos devem ser investigados na transição para a vida adulta, para promover processos de resiliência (Obradovic et al., 2006).

A forma como a dinâmica entre fatores de risco e de proteção em contextos de vulnerabilidade afeta o desenvolvimento juvenil é complexa (Gutman, Sameroff & Eccles, 2002), especialmente em um país com dimensões continentais como o Brasil. Em contextos de NSE baixo, jovens são expostos a fatores de risco, como maior presença de violência, dificuldades no processo de escolarização e problemas de desemprego 2,5 vezes maiores que a população em geral (Paiva & Oliveira, 2015; Waiselfisz, 2013). Os jovens tornam-se menos seletivos na busca de emprego, aceitando trabalhos instáveis e temporários, ou desistindo de tentar, ou, devido longas jornadas laborais, tem seu desempenho escolar prejudicado (Dutra-Thomé, Cassepp-Borges & Koller, 2009).

O frágil processo de escolarização e a inserção laboral precoce ou precária de jovens podem prejudicar as possibilidades de exploração e crescimento pessoal e profissional característicos da AE. O presente estudo incluiu diferentes regiões brasileiras, pois pretende refletir sobre como a AE pode estar sendo vivida de forma diferenciada nessas localidades. Para tanto, objetivou: (i) descrever características demográficas e a situação laboral e educacional de jovens adultos das cinco regiões brasileiras (5RB); (ii) investigar o impacto dos fatores de proteção (conexão com a família, instituição de ensino e comunidade) e de risco (eventos estressores) sobre a autoestima e a autoeficácia dos jovens adultos.

Método

Participantes e procedimentos

A amostra foi composta por 1996 jovens (62 % mulheres), entre 18 e 29 anos (M = 22,07; DP = 3,37), residentes em contextos urbanos socioeconomicamente diversos das 5RB, 30 (1,5 %) Norte, 445 (22,3 %) Nordeste, 693 (34,7 %) Sudeste, 56 (2,8 %) Centro-Oeste e 772 (38,7 %) Sul. Compõem população urbana por residirem em setores censitários de (i) área urbanizada; (ii) área urbanizada isolada; (iii) área rural de extensão urbana (IBGE, 2010).

O questionário foi digitalizado e/ou impresso e aplicado de duas formas: online, em que os participantes eram convidados por e-mail ou via rede social para participarem; e presencial, em que os participantes respondiam aos instrumentos em sala de aula ou em laboratório de informática. Nos dois casos, o questionário foi autoadministrado. As instituições que aceitaram participar da pesquisa (no caso da aplicação presencial) foram universidades, escolas de Ensino Médio (EM) e Ensino Fundamental, escolas de educação de jovens e adultos (EJA), cursos preparatórios para exames vestibulares, cursos técnicos e Organizações Não Governamentais (ONG). Procedimentos éticos foram adotados durante o estudo, sendo que esta investigação foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Protocolo Número 2011014).

Instrumentos

Segunda versão do Questionário na Juventude Brasileira (Dell’Aglio, Koller, Cerqueira-Santos & Colaço, 2011), parte de investigação nacional sobre fatores de risco e de proteção na juventude brasileira, com 77 questões. O questionário da juventude brasileira é um instrumento consolidado para o estudo de fatores de risco e proteção no Brasil, usado em todas as regiões do país, tendo sido proposto pelo Grupo de Trabalho da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP) “Juventude, Resiliência e Vulnerabilidade”. Investigações usando especificamente o instrumento já originaram dois livros (Dell’Aglio & Koller, 2011; Libório & Koller, 2009). Neste estudo, as seguintes variáveis foram selecionadas:

Biossociodemográficas: sexo (masculino/feminino); cor da pele (branco, pardo, preto, outros); idade; estado civil (solteiro, casado, em coabitação, outros); nível educacional do pai, da mãe e dos participantes (inferior ao Ensino Médio, Ensino Médio completo, superior completo); e situação laboral, mais especificamente, se os participantes estavam trabalhando (sim/não) e/ou procurando trabalho (sim/não).

Conexão com a família: medida de 4 itens (“Costumamos conversar sobre problemas da nossa família”; “Raramente ocorrem brigas na minha família”; “Quando estou com problemas, posso contar com a ajuda dos meus pais”; “Costumo conversar com meus pais sobre decisões que preciso tomar”). Os itens foram acessados através de uma escala tipo Likert de cinco pontos (1 = Eu discordo, 3 = Eu não concordo nem discordo”, 5 = Eu concordo).

Conexão com a instituição educacional: medida de 4 itens (“Eu me sinto bem quando estou na escola”; “Posso contar com meus professores”; “Posso contar com técnicos da escola, por exemplo, orientadores e coordenadores”; “Eu confio nos colegas da escola”). Os itens foram acessados através de uma escala tipo Likert de cinco pontos (1 = Eu discordo, 3 = Eu não concordo nem discordo”, 5 = Eu concordo).

Eventos Estressores: compósito de 12 itens formado por variáveis binárias (0 = não; 1 = sim), o qual avaliou se os participantes já tinham vivido as seguintes situações: “O nível econômico da minha família baixou de uma hora para outra”; “Alguém em minha casa esteve desempregado”; “Meus pais se separaram”; “Já estive internado em instituição (abrigo, orfanato)”; “Já fugi de casa”; “Já morei na rua”; “Já dormi na rua”; “Alguém da minha família está ou esteve preso”; “Sofri algum acidente grave”; “Alguém muito importante pra mim faleceu”; “Já passei fome”; “Já fui assaltado( a)”; ”Já tive problemas com a justiça”.

Escala de Autoestima: versão brasileira adaptada (Reppold & Hutz, 2002) da Escala de Autoestima de Rosenberg (1965), composta por 10 itens avaliados através de uma escala tipo Likert de cinco pontos (1 = Nunca; 2 = Quase Nunca, 3 = Às vezes, 4 = Quase Sempre, 5 = Sempre). Os itens verificaram a autoestima positiva (por exemplo, “Sinto que sou uma pessoa de valor como as outras pessoas”) e negativa (por exemplo, “Eu sinto vergonha de ser do jeito que sou”), seguindo evidências que sugerem a possibilidade de interpretar a escala como dois fatores (Greenberger, Chen, Dmitrieva & Farruggia, 2003; Sbicigo, Bandeira & Dell’Aglio, 2010).

Escala de Autoeficácia: versão brasileira adaptada (Teixeira & Dias, 2005) da Escala de Autoeficácia Geral de Schwarzer & Jerusalem (1995), composta de 11 itens avaliados através de uma escala tipo Likert de quatro pontos (1 = “Não é verdade a meu respeito”, 2 = “É dificilmente verdade a meu respeito”, 3 = “É moderadamente verdade a meu respeito”, 4 = “É totalmente verdade a meu respeito”). Os itens investigaram a percepção de autoeficácia, com escores mais elevados indicando níveis mais altos de percepção de autoeficácia (por exemplo, “Se estou com problemas, geralmente encontro uma saída”; “Tenho confiança para me sair bem em situações inesperadas”).

Análise de dados

Para descrever e comparar a amostra dividida nas 5RB utilizou-se o teste Qui-Quadrado nas variáveis: sexo; cor; estado civil; idade; nível educacional dos participantes e de seus pais e situação laboral. Devido a não equiparação das amostras nas 5RB, o teste foi utilizado exclusivamente para descrição da amostra, sem objetivar realizar generalizações para a população. Para avaliar as associações entre fatores protetivos (conexão com a família e instituição) e de risco (eventos estressores) e as variáveis desfecho (autoestima positiva, autoestima negativa e autoeficácia), propôs-se três modelos (ilustrados em conjunto na figura 1) que foram, posteriormente, testados através da técnica de equações estruturais.

Modelo
para avaliar associações entre fatores protetivos e de risco e variáveis
desfecho
Figura 1
Modelo para avaliar associações entre fatores protetivos e de risco e variáveis desfecho


Através do software AMOS, primeiramente, foram realizadas análises fatoriais confirmatórias, utilizando-se o critério Maximum Likelihood, a fim de avaliar as propriedades psicométricas das escalas. Para os índices de ajuste, foram considerados como aceitáveis valores de CFI e TLI acima de 0,90 e RMSEA abaixo de 0,08 (Hu & Bentler, 1999). Na sequência, foram realizadas análises de equações estruturais para testar um modelo para cada variável desfecho. Avaliou-se o Model Fit a partir do CFI, TLI e RMSEA e, posteriormente, foram avaliados as associações e os pesos padronizados de regressão de cada variável preditora (fatores protetivos e de risco) em relação à variável desfecho (autoestima e autoeficácia). A força das associações baseou-se nos seguintes valores: 0,10 - 0,29 (fraca); 0,30 - 0,60 (moderada); 0,70 - 0,90 (forte).

Resultados

Caracterização da amostra considerando as 5RB

Quanto aos dados sociodemográficos (tabela 1), a distribuição de participantes nas 5RB ficou entre 38 % e 46,7 % para o sexo masculino, e entre 53,3 % e 63,3 % para o sexo feminino. Anovas (Análise de Variânça) com testes Post hoc Bonferroni não encontraram diferenças significativas em relação às idades dos participantes nas 5RB. Na amostra total, teve-se 60,7 % jovens de cor branca, 25,5 % de cor parda, 11,1 % de cor preta e 2,8 % se declararam de outras cores [χ2 (12, N = 1980) = 311,2; p<0,001]. As diferenças estatisticamente significativas foram encontradas quanto à frequência superior de jovens da cor branca na região Sul, em relação ao Sudeste e Nordeste; e frequência inferior de jovens pardos e negros na região Sul, em relação às regiões Norte, Nordeste e Sudeste. Observou-se também, nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste em relação à região Sul, número superior de pardos.

Tabela 1
Dados Biossociodemográficos: Sexo, Cor da pele, Estado Civil e Idade (N = 1996)

Dados Biossociodemográficos:
Sexo, Cor da pele, Estado Civil e Idade (N =
1996)

Nota.a = Pearson chi-squared, b = 1991, c = 1980, d = 1996, e = 1996. f = DP: Desvio Padrão; +: standardized residuals > +1,96; -: standardized residuals < -1,96.


Em se tratando de uma amostra de adultos emergentes, foi coerente encontrarmos nas 5RB uma maioria de jovens solteiros (83,8 %), com apenas 6,6 % de jovens casados e 7,5 % que coabitam com o(a) parceiro(a). Encontrou-se diferença estatisticamente significativa da porcentagem superior de jovens casados no Sudeste, em relação ao Sul e uma porcentagem maior de jovens solteiros no Sul, em relação ao Sudeste [χ2 (12, N = 1996) = 39,9; p<0,001].

Quanto ao nível educacional dos pais e mães (tabela 2), foram observadas porcentagens superiores de jovens cujos pais [χ2 (8, N = 1 216) = 130,77; p<0,001] e mães [χ2 (8, N = 1251) = 113,48; p<0,001] possuem nível educacional inferior ao Ensino Médio na região Nordeste, em relação às demais regiões; e porcentagens inferiores de Ensino Médio completo na região Nordeste, em relação à região Sul; e porcentagens inferiores de Superior completo na região Nordeste, em relação à região Sudeste.

Tabela 2
Nível educacional dos pais, mães e dos participantes (N = 1996)

Nível educacional dos pais, mães
e dos participantes (N
= 1996)

Note.a = Pearson chi-squared, b = 1216, c = 1251, d = 1859. +: standardized residuals > +1,96; -: standardized residuals < -1,96.


Quanto ao nível educacional dos próprios participantes [χ2 (8, N = 1859) = 560,08; p<0.001], observamos porcentagens superiores de jovens com nível educacional inferior ao Ensino Médio nas regiões Nordeste, em relação às regiões Centro-Oeste e Sudeste; porcentagens inferiores de jovens com Ensino Médio completo nas regiões Nordeste e Sudeste, em relação às demais regiões; e porcentagens superiores de jovens com Ensino Superior completo na região Sudeste, em relação às regiões Nordeste e Sul. Quanto à situação laboral (tabela 3), foram encontradas frequências superiores de jovens trabalhando no Sudeste em relação às regiões Nordeste e Centro [χ2 (4, N = 1919) = 52,6; p<0,001].

Tabela 3
Situação laboral: Trabalhando, Procurando trabalho (N = 1996)

Situação laboral: Trabalhando,
Procurando trabalho (N
= 1996)

Nota.a = Pearson chi-squared, b = 1919, c = 1909. +: standardized residuals > +1,96; -: standardized residuals < -1,96.


Quanto à variável “procurando trabalho”, foram identificadas frequências superiores de jovens em busca de trabalho nas regiões Nordeste e Sudeste, em relação à região Sul [χ2 (4, N = 1909) = 43,4; p<0,001].

Associações entre fatores protetivos e de risco e autoeficácia e autoestima no modelo de equações estruturais

Antes de testar o modelo proposto (figura 1), identificou-se que todas as escalas avaliadas apresentaram índices de ajuste adequados (tabela 4).

Tabela 4
Índices de Modelfit para medidas de fatores latentes testados através de análise confirmatória

Índices de Modelfit para medidas
de fatores latentes testados através de análise confirmatória


Ao testar-se o modelo, as variáveis “conexão com a família” (peso de regressão = 0,257) e com a “instituição de ensino” (peso de regressão = 0,286), apresentaram associação positiva com autoeficácia (tabela 5). Em relação à autoestima positiva, as variáveis “conexão com a família” (peso de regressão = 0,328) e com a “instituição de ensino” (peso de regressão = 0,277), estiveram positivamente associadas à autoestima positiva. Quanto à autoestima negativa, as variáveis “conexão com a família” (peso de regressão = -0,127) e com a “Instituição de ensino” (peso de regressão = -0,122), apresentaram associações negativas com autoestima negativa. A variável “eventos estressores” apresentou uma relação negativa (peso de regressão = -0,088), porém baixa com autoestima negativa (tabela 5).

Tabela 5
Associações entre variáveis desfecho e fatores de risco em modelos de regressão testados através do modelo de equações estruturais

Associações entre variáveis
desfecho e fatores de risco em modelos de regressão testados através do modelo
de equações estruturais


Discussão

Os dados sociodemográficos indicaram diferenças nas 5RB, com porcentagens superiores de jovens de cor branca na região Sul, em relação ao Sudeste, ao Nordeste e ao Norte; e mais jovens pardos e negros no Nordeste, Sudeste e Norte, em relação ao Sul. No que tange ao nível educacional do pai e da mãe e dos próprios participantes, apesar das variações de frequências não apresentarem um padrão claro, foi identificada uma presença persistente de níveis inferiores educacionais na região Nordeste em relação às demais regiões (tabela 2). Parece haver uma conjuntura de aspectos que desfavorecem uma transição para a vida adulta ao modelo da AE para jovens nordestinos, pois nesta região se encontram números superiores de jovens pardos e negros com níveis educacionais inferiores, aspectos que são obstáculos para a entrada no mercado de trabalho, livre de preconceitos e de exigências de qualificação. Ademais, os níveis educacionais inferiores de seus pais e mães não favorecem sua condição, uma vez que um maior nível educacional dos pais aumenta a chance dos indivíduos optarem pelo prosseguimento do processo de escolarização, reduzindo os riscos de entrarem no mercado de trabalho precocemente (Oliveira, Rios-Neto & Oliveira, 2006).

A estrutura educacional e rendimentos da família parecem ter um papel importante no processo de transmissão da desigualdade de rendimentos entre gerações; e trabalhadores, cujos pais alcançaram níveis mais altos de educação, tendem a apresentar mais anos de estudo e maiores retornos relacionados à escolaridade (Reis & Ramos, 2011). Cabe lembrar que a opção pelos estudos é um importante marcador da AE, pois a extensão de suas transições para a vida adulta advém, em particular, do seu maior tempo de dedicação aos estudos e treinamento profissional, diante de um mercado de trabalho exigente.

No que tange aos fatores de proteção e de risco avaliados no modelo, os resultados evidenciaram que a conexão com a família e com a instituição de ensino associou-se positivamente com a autoeficácia e com a autoestima positiva, e negativamente com a autoestima negativa. Estudos têm evidenciado que relações interpessoais estabelecidas no contexto da família modificam-se ao logo do ciclo de vida sem, contudo, perder sua função de rede de apoio instrumental e afetiva para seus membros durante todo o ciclo vital (Amparo, Galvão, Alves, Brasil & Koller, 2008; Borges & Magalhães, 2009).

Na transição para a vida adulta, ainda que outros contextos (ex.: universidade e trabalho) ampliem suas influências sobre os jovens, a família continua a ser um espaço socioafetivo que pode auxiliar no enfrentamento das adversidades encontradas (Vieira & Rava, 2010). Tal apoio pode ser relevante, especialmente aos jovens adultos socioeconomicamente vulneráveis, mais expostos a desemprego e violência (Paiva & Oliveira, 2015; Souza & Paiva, 2013; Valença et al., 2014).

O fenômeno da AE tende a ocorrer com mais frequência entre aqueles de condição financeira mais favorável (Dutra-Thomé & Koller, 2014), uma vez que jovens de baixo NSE são expostos a responsabilidades da vida adulta desde a infância e adolescência e, muitas vezes, com seu trabalho, sustentam a família de origem (Arnett, 2011; Guimarães & Romanelli, 2002; Marques et al., 2002). Desse modo, considerando a condição de pobreza que acomete milhares de famílias, sobretudo as pertencentes às regiões Norte e Nordeste, políticas públicas devem ser fomentadas para garantir a empregabilidade dos jovens adultos, na medida em que trabalhando eles contribuem para a renda familiar e evitam a condição de miséria.

A instituição de ensino tem papel fundamental na transmissão de conhecimentos acadêmicos e profissionais que são necessários aos jovens na transição para a vida adulta. No atual contexto socioeconômico de maior imprevisibilidade e dificuldade para conseguir emprego, jovens de baixo NSE têm na educação escolar a oportunidade de romper com a transmissão intergeracional de pobreza (Souza & Paiva, 2013). Assim, juntamente com a família, a instituição educacional é um contexto que oferece a possibilidade de os adultos emergentes estabelecerem conexão socioafetiva com pessoas competentes e instruídas, que têm potencial para promoção de desenvolvimento saudável (Amparo et al., 2008; Masten, 2004).

Professores, coordenadores pedagógicos e outros atores presentes no contexto escolar que oferecem oportunidades de relacionamentos interpessoais pautados na reciprocidade, afetividade e respeito aos direitos humanos contribuem para o surgimento de processos de resiliência (Fajardo, Minayo & Moreira, 2013; Noltemeyer & Bush, 2013). Portanto, a transição para a vida adulta abre uma segunda “janela” de oportunidades aos jovens em situação de risco psicossocial, sendo o contexto educacional um ambiente privilegiado para a mudança de uma trajetória de vida pautada por reprovações e evasão escolar (Masten, 2004).

Os resultados do estudo evidenciaram a importância das redes de apoio da família e da instituição de ensino como fator de proteção para adultos emergentes, principalmente para aqueles de baixo NSE, pois em momentos de dificuldades, pessoas presentes nesses contextos oferecem recursos físicos e socioafetivos para o enfrentamento de adversidades (Amparo et al., 2008; Noltemeyer & Bush, 2013). Além disso, a presença de tais fatores de proteção associou-se aos recursos dos jovens: a autoeficácia e a autoestima que atuam na prevenção de problemas psicopatológicos e na promoção de saúde mental na transição para a vida adulta (Masten et al., 2004; Obradovic, Burt & Masten, 2006).

A autoeficácia é um recurso que pode ajudar o indivíduo a enfrentar as adversidades psicossociais na transição para a vida adulta (Bandura, 1989; Sbicigo et al., 2012); Wright et al., 2013). Assim, adultos emergentes, provenientes de contextos sociais vulneráveis, podem ser favorecidos por apresentar crenças de autoeficácia na medida em que tais crenças são associadas a atitudes de enfrentamento (Fontes & Azzi, 2012) e melhor autoestima (Sbicigo et al., 2012). Nesse sentido, um dado que chamou atenção foi a correlação positiva entre os eventos estressores e autoeficácia. Pode-se sugerir que a vivência de tais circunstâncias negativas, além de não ter prejudicado as crenças de autoeficácia, possa ter gerado processos de resiliência. Desse modo, pode-se supor que a exposição aos eventos estressores pode ter suscitado comportamentos de enfrentamento, levando os participantes a adquirirem uma maior percepção de autoeficácia. Contudo, considerando a correlação baixa encontrada entre os eventos estressores e a autoeficácia, futuros estudos devem explorar melhor essa hipótese.

Não foram encontradas associações entre autoestima positiva e negativa e os eventos estressores. Desse modo, os dados do presente estudo sinalizam que a vivência dos eventos estressores não levou nem a piora, nem a melhora na percepção da autoestima dos adultos emergentes, o que torna mais difícil pensar no surgimento de processos de resiliência. Estudos indicam que maiores níveis de autoestima são relacionados a bons resultados escolares, satisfação com a vida e menor probabilidade de apresentar sintomas depressivos e ansiedade (Feldman & Kubota, 2015; Snyder & Lopes, 2009). Dessa maneira, é importante que os contextos – familiar e escolar – possibilitem o desenvolvimento da autoestima por parte dos adultos emergentes, especialmente entre os que tiveram um trajeto escolar difícil. A autoestima e a autoeficácia são variáveis motivacionais que podem contribuir para a persistência dos adultos emergentes de baixo NSE nos estudos (Wright et al., 2013).

Considerações Finais

A transição para a vida adulta é um momento do ciclo vital, que pode gerar mudanças numa trajetória de vida adversa. Estudos no âmbito da resiliência evidenciaram que intervenções com foco na promoção de competências, como autoeficácia e autoestima, tem alto valor na prevenção de problemas socioemocionais e comportamentais em crianças, adolescentes, adultos emergentes e adultos. Portanto, o presente estudo contribuiu tanto para caraterizar a população de adultos emergentes na realidade brasileira, quanto sinalizou influências de fatores de proteção e de risco sobre a autoeficácia e a autoestima.

Consideradas as contribuições do presente estudo, cabe ressaltar algumas implicações e limites. Processos de resiliência podem ser fomentados quando o jovem pode contar com recursos pessoais e do seu contexto para lidar com adversidades (ex.: violência e desemprego). Contudo, embora a autoeficácia e a autoestima sejam importantes fatores de proteção pessoais, não se deve compreender a superação dos obstáculos pelo indivíduo como se ele fosse um personagem nas aventuras do Barão de Münchhausen 1 , que se puxa pelo cabelo para sair de um pântano. Adultos emergentes, principalmente de baixo NSE, além de ter habilidades interpessoais e emocionais, necessitam de apoio da família e da instituição educacional. Precisam, também, contar com políticas públicas eficazes de segurança, saúde e lazer, assim como leis trabalhistas que coibam exploração e precarização dos empregos.

Entre os limites, destaca-se o número menor de participantes das regiões Norte e Centro-Oeste. Futuros estudos poderiam aumentar a amostra nessas regiões e incluir participantes de centros rurais. Quanto ao nível socioeconômico, a divisão da amostra deste estudo não é representativa de todos os níveis, o que pode dificultar generalizações dos resultados. Além disso, apenas 45 % da amostra entre 18 e 29 anos estava inserida no mercado de trabalho, sendo que, na realidade brasileira, este percentual é maior. Outra limitação é o número superior de estudantes universitários na amostra. No Brasil, mesmo com o aumento das formas de entrada na Universidade, sabe-se que ainda é pequena a parcela de jovens que conseguem acesso ao ensino superior. Por fim, futuros estudos poderiam investigar se as características da AE estão relacionadas positivamente com fatores de proteção, tais como autoestima, autoeficácia e habilidades sociais.

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Notas

1 Karl Friedrich Hieronymous chamado de Barão de Münchhausen foi um militar que viveu entre 1720 e 1797, serviu ao exército russo e tornou-se capitão de cavalaria. Após voltar de suas experiências guerreiras, recebia amigos e hóspedes, para quem contava todas as suas aventuras de caçada e viagens de maneira exagerada e fantasiosa. A mais famosa das suas aventuras foi quando, em campanha, o Barão de Münchausen se viu no meio de um pântano afundando sem perspectiva de sair dali ou qualquer companheiro para ajudá-lo. Sem mais demora o herói teve a brilhante ideia de se puxar para fora do pântano pelos próprios cabelos. Foi Rudolf Erich Raspe, um bibliotecário alemão, que reuniu as histórias fantásticas do Barão em um livro publicado em Londres, em 1785.

Autor notes

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